Comércio Brasil-Portugal soma US$ 1,9 bilhão mas há margem para aumentar, dizem ministros

Atualmente, cerca de 600 empresas portuguesas ou de capital português atuam no Brasil.

 

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Mundo Lusíada
Com agencias

Os chefes da diplomacia portuguesa e brasileira defenderam, em 20 de março em Lisboa, a necessidade dos dois países se empenharem na promoção das relações comerciais e exportações, onde consideram haver uma margem para progredir.

“Registramos os progressos significativos, embora desejemos que eles se intensifiquem, nas relações comerciais. Houve já um aumento relevante e consistente das exportações portuguesas nos últimos anos, mas esse aumento não esconde que há ainda uma grande margem para progredir nas nossas exportações para o Brasil e naturalmente nas exportações do Brasil para Portugal”, disse o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete.

O governante português, que recebeu o seu homólogo brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo Machado, pela primeira vez em visita oficial a Portugal, destacou que “foi sublinhada a necessidade de fazer esforços significativos”.

No mesmo sentido, o ministro brasileiro recordou que há cerca de 600 empresas portuguesas atuando no Brasil e que Portugal “é, sem dúvida, uma rota cada vez mais preferencial dos investimentos do Brasil na Europa”.

“São muito positivas as possibilidades de aprofundamento dessa relação, em especial de contextos que se abrem, como privatizações que ocorrerão em Portugal e que sem dúvida nenhuma atrairão o interesse de investidores brasileiros”, salientou.

Figueiredo Machado felicitou Portugal por sair “muito bem de um processo de reestruturação, em virtude da crise”. “Estamos muito felizes como país amigo e como parceiro. É para nós um motivo de grande alegria”, disse.

Na reunião, Portugal abordou o “desejo de intensificar o progresso no acesso aos mercados, sobretudo através do acordo que está a ser negociado entre a União Europeia e o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela), cujas negociações estão bem encaminhadas, mas é necessário empenhamento para que cheguem a um bom termo o mais rapidamente possível”, destacou Rui Machete.

O ministro brasileiro adiantou que as propostas dos países da América do Sul “são bastante ambiciosas” e que está a ser preparada a proposta comum. Neste mesmo dia acontece em Bruxelas “um encontro técnico, em que uma parte dirá à outra qual é o formato da sua oferta, sem descer a pormenores”, que permitirá depois entrar “numa fase final de concretização para que seja possível trocar as ofertas o mais rapidamente possível”.

Sobre a cooperação bilateral, ciência, tecnologia e inovação são um “eixo preferencial”, acrescentou. Por outro lado, Rui Machete apontou a “grande importância que tem a mobilidade dos estudantes entre os dois países”, exemplificando com o “número importante de estudantes brasileiros que frequentam as universidades portuguesas”.

Neste encontro, o governante apelou à “reinserção de Portugal nos países abrangidos pelo programa brasileiro Ciência sem Fronteiras”, recebendo a garantia do seu homólogo de que esta interrupção é “temporária” e se deveu apenas à intenção de “equilibrar um pouco o destino dos estudantes brasileiros, com o intuito de procurar um ensino em outros idiomas”.

Portugal defendeu ainda a importância da redução, por parte do Brasil, das barreiras fitossanitárias, “o que dá maiores facilidades na exportação das frutas, cujo acordo já foi assinado”, disse o ministro português.

Rui Machete defendeu, também, a necessidade de “prosseguir os progressos” no acesso ao exercício das profissões, área onde se registram mais atrasos, depois de terem sido resolvidas dificuldades no reconhecimento dos graus e títulos acadêmicos.

Este é o segundo encontro entre o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal e o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, após a reunião realizada no ano passado à margem da 68ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.

O Brasil é o quarto principal destino dos investimentos diretos portugueses no exterior. Estima-se haver atualmente cerca de 600 empresas portuguesas ou de capital português atuando no Brasil. Os investimentos brasileiros em Portugal cresceram mais de 250% nos últimos dez anos. O comércio bilateral em 2013 somou US$ 1,9 bilhão.

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