Da Redação
Com Lusa
A organização da Web Summit anunciou que estão registrados 70.469 participantes de 163 países, sendo que quase metade (46,3%) são mulheres, um novo recorde do evento que decorre em Lisboa até quinta-feira.
“O evento vai receber 70.469 participantes de 163 países, com um grande número de visitantes vindos do Reino Unido, Alemanha, Brasil, Estados Unidos, entre outros”, refere a Web Summit.
“Este ano a paridade de gênero também superou todas as edições da Web Summit, com 46,3% de participantes mulheres”, adianta.
A quarta edição da Web Summit em Portugal vai contar com a participação de 1.206 oradores que vão intervir nos 22 palcos distribuídos pelo recinto do evento.
Fundada em 2010 por Paddy Cosgrave, Daire Hickey e David Kelly, a Web Summit é considerada um dos maiores eventos de tecnologia, inovação e empreendedorismo do mundo e evoluiu em menos de seis anos de uma equipa de apenas três pessoas para uma empresa com mais de 150 colaboradores.
A cimeira tecnológica, que nasceu em 2010 na Irlanda, passou a realizar-se em Lisboa desde 2016, vai manter-se na capital até 2028, depois de, em novembro do ano passado, ter ficado decidida a permanência da conferência em Portugal por mais 10 anos, após uma candidatura com sucesso.
O evento realiza-se em Lisboa entre esta segunda-feira e 7 de novembro, com diversos palestrantes e lançamentos.
Indústria da moda
Um desses lançamentos é de uma startup portuguesa de logística para a indústria da moda, que criou um “programa de transparência carbônica” para identificar a pegada ambiental das marcas com que trabalha e incentivá-las a reduzir o impacto no ambiente.
“O primeiro passo para solucionar um problema é percebê-lo. É isso que queremos construir com as nossas marcas: um programa que, numa fase inicial, permita identificar o impacto ambiental produzido e, numa segunda fase, definir as medidas de melhoria e otimização”, explicou à agência Lusa o presidente executivo e cofundador da HUUB, Luís Roque.
Referindo que a empresa gere atualmente “cerca de 70 marcas, na sua maioria insígnias ‘slow fashion’ com a sustentabilidade no seu DNA”, Luís Roque – que na quinta-feira apresenta na Web Summit o seu programa de transparência carbônica – diz que o objetivo é “ajudá-las a crescer e a ganhar escala, mas de uma forma sustentada e consciente”.
“Acima de tudo, queremos com isto criar um efeito de contágio positivo, que se estenda a toda a indústria da moda a médio prazo”, sustenta, consciente do peso da indústria da moda no ambiente (que ascende a cerca de 8% da pegada carbônica global e faz desta a segunda indústria mais poluidora do planeta) e pretendendo que a HUBB venha a “liderar um movimento de transparência e otimização da pegada carbônica” no setor.
A dois anos o objetivo é que, através de “um conjunto de análises e métricas centradas no impacto da cadeia de abastecimento e nas matérias-primas, as empresas cuja logística é gerida pela HUUB tenham visibilidade sobre cerca de 70% da sua pegada ecológica”.
Com sede na Maia, no distrito do Porto, a HUUB tem como ambição ser “a Amazon do mundo da moda”, tendo para o efeito desenvolvido uma plataforma logística integrada totalmente dedicada à indústria da moda — designada ‘Spoke’ — que gere interações desde fornecedores a clientes finais em mais de 120 países.
Segundo Luís Roque, a empresa trabalha atualmente com “centenas de fornecedores e mais de 17 centros de produção a nível global” e, depois de entre 2018 e 2019 ter mais do que duplicado o número de colaboradores (de 42 para perto de 100) e o volume de negócios (de 1,2 para 2,5 milhões de euros), a HUUB prevê atingir uma faturação de 5,7 milhões de euros no próximo ano e recrutar mais cerca de meia centena de pessoas.