Vozes de Cabo Verde e Orquestra Metropolitana de Lisboa festejam Cabral

Da Redação com Lusa

As vozes de Lura, Cremilda Medina, IIolanda Pereira e Tito Paris juntam-se à Orquestra Metropolitana de Lisboa para um espetáculo no Teatro São Luiz, no próximo dia 06 de novembro, que celebra o centenário de Amílcar Cabral.

“Sinto-me muito honrada por poder celebrar, também junto dos outros artistas, este homem que foi tão importante para a liberdade, a todos os níveis”, disse Lura, que irá interpretar “Cabral Ka Morri” (Cabral não morreu, em crioulo).

Em declarações à agência Lusa, a propósito do espetáculo “Cabo Verde – Centenário de Amílcar Cabral”, a artista portuguesa de origem cabo-verdiana disse que este tema reflete bem a sensação de manter vivo quem é amado.

“É importante mantê-lo vivo e manter pelo menos o seu legado vivo e celebrá-lo; e queira Deus que possamos ter mais pessoas com esse nível de impacto na nossa sociedade e na vida de todos nós”, observou.

Lura disse que se recorda sempre do “pai” da independência de Cabo Verde e da Guiné-Bissau quando interpreta “Ambienti más seletu” (Ambiente mais seleto), de Zezé Di Nha Reinalda, que fala sobre a distinção que faziam entre certos géneros musicais, antes da independência e pós independência.

“O impacto do Amílcar Cabral foi enorme a nível cultural e a nível da música e isso viu-se na possibilidade que foi dada ao batuque e ao funaná de ser tocado em locais públicos, depois da independência, que nos deu a possibilidade de estarmos livres para exprimir e expressar toda esta riqueza cultural que temos”, adiantou.

Sobre as celebrações do centenário de Cabral, que decorrem este ano, afirmou que, “pelo menos aqueles que sabem o significado e a importância de Amílcar Cabral, festejam de uma forma muito sentida e sobretudo com a vontade de que este nome não morra e que não seja esquecido”.

“Que nos lembremos sempre de que, se hoje em Cabo Verde nós podemos ser um povo livre, o devemos a Amílcar Cabral, devemos a esta luta em que ele acreditou e foi até à morte, em nome da libertação deste povo, portanto, é importante”, prosseguiu.

Para a intérprete de “Nha Vida”, o espetáculo no Teatro São Luís “vai ter muito charme”.

“É uma atuação com bastante elevação, porque realmente a orquestra dá aqui sempre uma elevação enorme, o lado mais clássico na interpretação destes temas e penso que será, de fato, um momento muito especial e único”, disse.

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