Volta a Portugal: Inovadora moto-ardósia nacional em rigorosa estreia mundial

Da Redação
Com Lusa

O motard Luís Braga é o responsável pela moto ardósia eletrônica, estreada no ciclismo na primeira etapa da Volta a Portugal em Bicicleta, Oliveira do Bairro, 5 de agosto. O equipamento disponibiliza informações de tempos ao ciclistas mas também pode mostrar outras informações úteis e até publicidade. Foto: NUNO VEIGA / LUSA

Uma inovadora moto-ardósia para dar informações em tempo real ao pelotão foi lançada, em 05 de agosto, na 73ª Volta a Portugal de bicicleta, totalmente idealizada por uma empresa nacional, fabricada na China e com pretensões a ser exportada para todo o Mundo.

“Temos a ideia de registar e patentear a moto e já temos contatos para provas de atletismo. A ideia é desenvolvê-la… Porque não levá-la à Volta a França? Num momento de crise, criam-se perspetivas de bons negócios. É uma moto que tem feito falta e é a única que é obrigatória em todas as provas, segundo o regulamento”, disse à agência Lusa Luís Braga, orgulhoso do seu novo ‘brinquedo’ eletrônico, antes da primeira etapa, entre Trofa e Oliveira do Bairro (187 km).

Se tudo correr como previsto, o ‘motard’ profissional de entregas expresso dos CTT, com 40 anos, mas há muito a colaborar em provas de ciclismo, vai ouvir as informações da corrida, através do rádio-volta, introduzir os dados e expô-los aos ciclistas, além de ajudar nas funções de segurança, uma vez que pode também indicar viragens à esquerda ou à direita, passagens estreitas ou rotundas, por exemplo.

A invenção foi da empresa Fullsport, propriedade do diretor-desportivo da Barbot-Efapel, Carlos Pereira, e que também substituiu este ano a espanhola Edosof na cronometragem e elaboração dos resultados oficiais da maior prova de ciclismo de estrada portuguesa.

“Simplificamos o processo, com uma pessoa em vez de duas”, explicou Luís Braga, referindo-se à evolução do motorista e operador com o quadro de xisto negro e o giz e ao posterior quadro de plástico com marcador de feltro.

Devido aos custos do material e da mão de obra, a empresa de Gaia encomendou o fabrico do protótipo na China, num total orçamentado em 3.800 euros, devido às despesas do transporte e às taxas alfandegárias, mas tudo isso pode vir a ser revertido em caso de sucesso, até porque, além dos dados da prova, o novo engenho “pode exibir publicidade dos patrocinadores nos tempos mortos”.

Porém, a estreia da empresa de Carlos Pereira no curto prólogo de Fafe sofreu com um grande percalço.

Os 116 corredores levaram pouco mais de três minutos cada a fazer o percurso, mas as tabelas classificativas, normalmente disponíveis poucos minutos após o fim de cada tirada, só ficaram prontas mais de hora e meia depois de o último concorrente, o espanhol David Bernabéu, ter cruzado a linha de meta.

O responsável da Fullsport pela cronometragem na linha de meta, Ricardo Costa, justificou à agência Lusa que a demora se deveu a um conflito entre as ligações do sistema e o programa informático utilizado, mas assegurou que o sucedido não ser repetirá.

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