Da Redação
Com Lusa
A companhia alemã de automóveis Volkswagen anunciou na quarta-feira que assinou um acordo com a Justiça para indenizar ex-funcionários de sua subsidiária no Brasil por violações de direitos humanos durante a ditadura militar no país.
Ex-funcionários e os seus familiares haviam já solicitado esta indemnização à Volkswagen há cinco anos, alegando que o seu serviço de segurança no Brasil havia colaborado com o regime militar (1964-1985) para identificar possíveis suspeitos, que posteriormente foram presos e torturados.
De acordo com este acordo com as autoridades fiscais nacionais e regionais no Brasil, a Volkswagen vai pagar 36 milhões de reais (5,5 milhões de euros) em indemnizações, incluindo 16,8 milhões de reais (2,5 milhões de euros) a funcionários e suas famílias, disse a empresa em um comunicado.
Os recursos também serão destinados a vários projetos, incluindo um memorial às vítimas do regime militar.
“Lamentamos as violações ocorridas no passado. Para a Volkswagen, é importante responsabilizar-se por esse capítulo negativo da história brasileira e estimular a transparência”, disse um executivo da Volkswagen, Hiltrud Werner, citado no comunicado da construtora automóvel.
Um relatório independente encomendado pela empresa em 2016 mostrou que agentes de segurança da Volkswagen no Brasil haviam cooperado com o regime militar (1964-1985).
Essa colaboração durou de 1969 a 1979 e levou à prisão de “pelo menos sete funcionários”, numa época em que era bem conhecido o uso de tortura pela polícia política, segundo este relatório.
O regime militar brasileiro é responsável pela morte ou desaparecimento de pelo menos 434 pessoas, segundo a Comissão Nacional da Verdade, criada para investigar os crimes da ditadura. Cerca de 20.000 pessoas também foram torturadas.