Visita: Portugal ao nível de França e Estados Unidos nas relações com a China

O presidente português Marcelo Rebelo de Sousa (E) conversa com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva (D) durante a visita à Muralha da China em Pequim, China. 26 de abril, durante visita de Estado à República Popular da China. MIGUEL A. LOPES/LUSA

Da Redação
Com Lusa

Em Pequim, o Presidente de Portugal considerou que está a ser dado um “salto qualitativo” nas relações políticas bilaterais de Portugal com a China, para o nível do Reino Unido, da França e dos Estados Unidos da América.

“É um salto qualitativo em termos bilaterais ao nível de potências mundiais ou de países de grande afirmação europeia, e isto é muito significativo”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas na Grande Muralha, o primeiro ponto da sua visita à China, que começou nesta sexta-feira.

O chefe de Estado fica seis dias na República Popular da China, para participar no fórum “Faixa e Rota”, iniciativa chinesa de investimento em infraestruturas a que Portugal se associou através de um memorando de entendimento, e depois para uma visita de Estado.

Nas suas primeiras palavras na China, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que relações luso-chinesas estão num “momento excelente” e que há um “salto qualitativo que é dado, e que é dado durante esta visita, passando de um memorando, que já é do ponto de vista de parceria estratégica muito importante, agora no plano bilateral para mais do que isso”.

Segundo o Presidente da República, Portugal passa a ter com a China “um relacionamento político ao nível de países como a França, como o Reino Unido, como os Estados Unidos da América, implicando encontros anuais entre os primeiros-ministros dos dois Estados”.

Durante um passeio de 45 minutos numa secção da Grande Muralha que fica a cerca de 70 quilômetros do centro de Pequim, Marcelo Rebelo de Sousa falou várias vezes à comunicação social, e repetiu esta mensagem de que está a haver uma “elevação do nível de colaboração política” entre Portugal e a China, “ao nível que existe com as principais potências europeias e com os Estados Unidos da América”.

Faixa e Rota

Sobre a iniciativa chinesa de investimento em infraestruturas “Faixa e Rota”, o presidente disse que a maioria dos países da União Europeia também entrou e os outros estão quase.

“Portugal entrou, e de uma forma pioneira. E aquilo a que nós assistirmos é que logo a seguir entrou a maioria dos países da União Europeia, e os que não entraram ainda estão quase a entrar, estão para entrar e com vontade de entrar”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O projeto chinês lançado em 2013 de investimento em infraestruturas da Ásia à Europa, também conhecido como “Nova Rota da Seda”, contou com Portugal como um dos 20 países da União Europeia a subscreverem o memorando, “mas foi daqueles que tiveram um papel pioneiro nessa assinatura” disse. “E hoje são 20, e dos 20 vários países que nos são próximos”, assinalou.

“As vias de comunicação, marítimas e aéreas, são muito importantes, e a União Europeia está atenta também a isso, e vários países europeus estão atentos a isso”, acrescentou.

Segundo o chefe de Estado, “Portugal, ao mesmo tempo está presente bilateralmente, está presente no quadro da União Europeia” nesta iniciativa: “Estamos a falar numa ponte entre uma estratégia e uma plataforma: a estratégia subscrita pelos tais 20 países, de que Portugal foi um pioneiro, da União Europeia, mais a plataforma aprovada por toda a União Europeia”.

“Portugal não esquece esse seu enquadramento europeu e não esquece o papel fundamental que tem o secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres]”, frisou.

À noite, o Presidente português é um dos convidados de um jantar de gala oferecido pelo Presidente da China aos líderes estrangeiros participantes no fórum “Faixa e Rota”, no Grande Palácio do Povo.

Na segunda edição deste fórum, de acordo com a lista anunciada pela China, participam os chefes de Estado ou de Governo de outros 36 países, além de Portugal, dos quais seis são membros da União Europeia, Itália, Grécia, Áustria, Chipre, Hungria e República Checa.

Entre os participantes estão também o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.

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