Da Redação
Com Lusa
Em visita oficial a Portugal, o Presidente de Angola, João Lourenço, declarou que a cerimônia na Câmara do Porto abre portas a “um futuro promissor” nas relações entre Portugal e Angola.
“Esta cerimônia abre as portas a um futuro promissor de cooperação e intercâmbio em todos os setores que possam contribuir para o aprofundamento das nossas relações bilaterais, pois estou convencido que a nossa visão sobre o intercâmbio ganhará expressão real nas conversações que dentro de momentos serão mantidas entre as delegações angolana e portuguesa, chefiadas por mim e pelo primeiro-ministro, António Costa”, disse João Lourenço.
O Presidente angolano afirmou sentir-se “honrado” com esta visita ao Porto, “cidade conhecida no mundo pela sua coragem” e pelos “feitos” da sua população, que lhe valeram “titulo único de cidade Invicta”.
João Lourenço, que chegou à Câmara Municipal do Porto cerca de 40 minutos depois do horário previsto, recebeu do autarca Rui Moreira as chaves da cidade.
Neste segundo dia de visita a Portugal, o Presidente de Angola saiu dos Paços do Concelho para o Palácio da Bolsa, para a assinatura de acordos e reunião com o primeiro-ministro português, António Costa.
Papel da CPLP
Na noite de ontem, o Presidente angolano defendeu ainda a valorização do papel da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pelo contributo para a troca de culturas e “enriquecimento da humanidade”.
“É importante não descurar as relações que mantemos no âmbito da CPLP, fundada na língua na cultura e numa história comum com raízes em África, nas Américas, na Ásia e na Europa”, disse João Lourenço, numa sessão solene na Assembleia da República.
“Essa singularidade confere à CPLP um caráter único e original que devia ser mais valorizado e explorado pelos governos e cidadãos dos nossos países”, acrescentou o chefe do Estado, sublinhando que é com a diversidade e troca de culturas que a humanidade enriquece.
João Lourenço considerou ainda que a adoção de formas de governo autoritárias e extremistas “obrigam a manter posições claras sobre direitos inalienáveis dos cidadãos” e defendeu a resolução pacifica dos conflitos entre estados e o multilateralismo
“É com apreensão que o mundo vem constatando o surgimento de sinais que apontam para retorno a guerra fria, caso as duas superpotências não primarem pela contenção e bom senso quando abordam questões estratégicas em que nem sempre convergem os interesses que cada um defende”, destacou, criticando implicitamente os governos de Trump e Putin.
Por outro lado, afirmou ser “gratificante constatar” que Portugal e Angola convergem na defesa da paz e condenação do racismo e xenofobia, mostrando-se convicto de que a visita a Portugal contribuirá “para dinamizar a parceria” e para “um futuro comum bastante radioso”.