Visita a Angola deve ser última etapa de processo em curso, diz presidente

Da Redação
Com Lusa

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu que uma visita sua a Angola deve ser “a última etapa de um processo que está em curso”, atualmente ao nível ministerial.

O chefe de Estado falava numa cerimônia sobre os seus primeiros dois anos em funções, neste 09 de março, na Sala de Jantar do Palácio de Belém, em resposta à comunicação social, que lhe perguntou se espera visitar Angola até final do seu mandato.

“Há etapas que têm de ser preenchidas. Eu penso que é muito importante a etapa que estamos a viver, que é a do relacionamento entre responsáveis governativos a nível ministerial”, começou por responder Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República salientou que se vai realizar no dia 27 deste mês, em Lisboa, uma conferência da iniciativa da Câmara de Comércio Portugal-Angola, com empresários portugueses e angolanos.

“Haverá membros dos governos dos dois países a falar de um dos domínios em que estamos e continuaremos sempre muito próximos”, referiu.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “depois, haverá um passo seguinte, normal, que tem a ver com o poder executivo, que é o que respeita ao primeiro-ministro”.

“Portanto, eu penso que em termos lógicos a visita presidencial a Angola deve ser a última etapa de um processo que está em curso mas tem de seguir as várias etapas”, concluiu.

As relações entre Portugal e Angola ficaram envoltas em polêmica na sequência da acusação, pela justiça portuguesa, do antigo vice-Presidente Manuel Vicente, no âmbito da chamada Operação Fizz.

O ex-vice-Presidente de Angola é acusado de ter corrompido o ex-procurador português Orlando Figueira, no processo Operação Fizz, com o pagamento de 760 mil euros, para o arquivamento de dois inquéritos, um deles o caso Portmill.

O julgamento do caso começou em Lisboa, mas a justiça portuguesa não conseguiu até agora notificar Manuel Vicente e separou o seu processo.

Em janeiro, o primeiro-ministro português, António Costa, caraterizou como “fraternas” e de “excelência” as relações político-econômicas luso-angolanas, mas referiu que o processo judicial que envolve o ex-vice-presidente de Angola mantém congeladas as visitas de alto nível, falando no final de um encontro com o Presidente angolano, João Lourenço.

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