A cidade acordou com pneus a arder, carros apedrejados, estradas cortadas e a policia de intervenção nas ruas. Há vários dias que circulavam sms e e-mails a apelar a uma greve contra o custo de vida.
Da Redaçãocom Portugal Digital
Pelo menos três pessoas morreram, em 1 de setembro, durante os protestos populares que eclodiram em Maputo contra o aumento dos preços de vários produtos. Há também notícia de vários feridos, segundo a televisão moçambicana.
Em declarações à rádio TSF, de Lisboa, a jornalista Mafalda Brízida, que vive na capital moçambicana, afirmou que há notícia de uma criança baleada e que o número de mortos atualmente conhecido, três pessoas, será ao que tudo indica revisto em alta tendo em consideração o caos que se vive em Maputo.
A cidade acordou com pneus a arder, carros apedrejados, estradas cortadas e a policia de intervenção nas ruas. Há vários dias que circulavam sms e e-mails a apelar a uma greve contra o aumento do custo de vida e hoje os protestos sairam à rua.
Há notícia de manifestações, de apedrejamentos e de tiros disparados pela polícia numa tentativa de controlar a situação.
Há ainda informações de manifestantes detidos junto ao aeroporto e do saque de várias lojas tanto nos bairros dos arredores de Maputo como na cidade de Matola.
Tal como em Fevereiro a população moçambicana volta a revoltar-se contra os aumentos que se têm sentido nas ultimas semanas.
O pão por exemplo subiu 17%, um aumento a que se juntam os aumentos dos combustíveis, da água, da electricidade e dos transportes.
Dia 31, o comando-geral da Polícia de Moçambique alertou, em Maputo, sobre a ilegalidade da manifestação de repúdio à subida do custo de vida no país, convocada por gente anônima através de mensagens telefônicas postas a circular nas últimas horas em todo o território nacional, noticia o jornal Notícias.
De acordo com o jornal moçambicano, o porta-voz da Polícia, Pedro Cossa, disse que "nenhuma autoridade administrativa municipal, distrital ou provincial confirma a recepção de algum pedido de autorização para a realização da aludida manifestação, conforme preconiza a lei que regula os direitos dos cidadãos".
Segundo Cossa, o fato dos mentores da iniciativa não terem observado nenhum procedimento organizativo legal configura uma afronta à lei, razão por que a Polícia vai tratar qualquer ação realizada no âmbito das mensagens que vêm sendo distribuídas através das duas redes de telefonia móvel, como uma ameaça velada à ordem e tranquilidade públicas.
“Estamos perante uma tentativa de manipulação pública e incitamento a uma manifestação ilegal. Naturalmente que a Polícia terá de intervir para repor a ordem em qualquer ponto do país onde ela for perturbada. Queremos apelar aos mentores da referida acção para que abandonem a ideia e que os moçambicanos se mantenham tranquilos, que façam o seu dia-a-dia normalmente”, disse Cossa.