Da Redação
Com Lusa
A produção de vinhos verdes em 2016 baixou 20% face a 2015 devido às chuvas, mas a qualidade é “excepcional”, podendo ser dos melhores anos da década, segundo a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes.
“Em 2016 vamos ter uma produção cerca de 20% inferior em relação ao ano passado”, disse Manuel Pinheiro, presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), numa entrevista à Lusa no âmbito do balanço da campanha de 2016.
A quebra na produção, que se explica sobretudo com o período de chuvas que decorreu até junho, que fez com que os agricultores tivessem de fazer mais tratamentos e, mesmo assim, fosse afetada a produção, contrasta com um aumento da qualidade do vinho verde, que poderá transformar a campanha de 2016 num dos melhores anos da década, afirmou Manuel Pinheiro.
“A qualidade é muito boa. Foi um ano realmente de excepcional qualidade. Muito ajudado pelo fato de termos tido tempo seco quente a partir dos santos populares, o que permitiu ter ótimas maturações das uvas”, explicou o presidente da CVRVV, assumindo que “de certeza que os vinhos deste ano de 2016 vão ser dos melhores da década”.
A produção baixou principalmente nos vinhos verdes brancos, tendo-se produzido 52 milhões de litros.
O vinho verde tinto teve uma ligeira baixa, com uma produção em 2016 de 12 milhões de litros, enquanto a do vinho verde rosado foram 3,8 milhões de litros.
O presidente da CVRVV diz que apesar de a produção de vinho verde ser em menor quantidade, 2016 vai fechar com um crescimento de sete a oito por cento do mercado.
As exportações do vinho verde, até ao final de setembro, rondavam os 48 milhões de litros, o que representa um “aumento de 8% em relação a 2015”.
“É um ano que comercialmente correu muito bem. Estamos muito satisfeitos. Chegamos à vindima com um ‘stock’ baixo, o que é bom”.
Em Portugal, segundo dados fornecidos pela CVRVV, há 21 mil hectares de vinha de vinhos verdes, com 19 mil viticultores e 600 engarrafadores.
A produção de vinho verde é na ordem dos 80 milhões de litros por ano, existindo duas mil marcas e 110 mercados internacionais que compram vinho verde português.
A região demarcada dos vinhos verdes estende-se por todo o noroeste de Portugal, na zona conhecida como Entre-Douro-e-Minho, tendo como limites a norte o rio Minho, que estabelece parte da fronteira com Espanha, a sul o rio Douro e as serras da Freita, Arada e Montemuro, a este as serras da Peneda, Gerês, Cabreira e Marão e a oeste o oceano Atlântico. Tem nove sub-regiões (Amarante, Ave, Baião, Basto, Cávado, Lima, Monção e Melgaço, Paiva e Sousa).
Em termos de área geográfica, é a maior região demarcada portuguesa e uma das maiores da Europa.