Vinho lidera a preferência dos consumidores e integra a lista de presentes, diz pesquisa

Da Redação

Toda celebração merece um brinde especial e nas festas de fim de ano não é diferente. E, em todas as ocasiões, quem está lá para selar o momento festivo é o bom e velho vinho, uma das bebidas mais apreciadas no mundo inteiro.

As razões para tamanha valorização são muitas: cultura, tradição, prazer e requinte são apenas alguns sinônimos associados à bebida. Contudo, ultimamente outro fator faz com que seu consumo ganhe ainda mais destaque: o efeito positivo sobre a saúde. Estudos apontam o vinho como protetor do sistema cardiovascular, com capacidade de prevenir, inclusive, outras doenças.

Por todos esses motivos, uma pesquisa exclusiva, realizada pela Banca do Ramon, um dos empórios mais tradicionais do Mercado Municipal de São Paulo, revela que a bebida é a preferida dos brasileiros, especialmente na melhor idade, e também é a principal pedida na hora de presentear.

A pesquisa “Do essencial ao Gourmet – O que os brasileiros pensam sobre alimentação saudável e produtos premium”, contou com 1360 participantes, dos quais 19% estavam na faixa etária de 41 a 50 anos e 56% eram pessoas acima dos 50. Segundo o estudo, que também abordou os hábitos sobre o consumo de bebidas alcoólicas, o vinho foi apontado, em disparada, como a bebida mais apreciada pelos entrevistados: 64,5%.

Em segundo lugar, com 8,5% da preferência estão os espumantes e champanhes, o whisky é a principal escolha de apenas 4,9% dos entrevistados, seguido pela vodca com 1,3% dos votos e, em último lugar, a cachaça, tradicional bebida brasileira que só conquista 1,2% desses consumidores.

A fama de que o consumo do vinho faz bem para a saúde é difundida mesmo entre aqueles que não apreciam tanto a bebida e contribui para conquistar mais adeptos. Mas, ainda que este conhecimento esteja bem popularizado, poucos, de fato, sabem o que faz o vinho ser tão especial e quais os principais benéficos para nossa saúde.

Maturação
Há uma premissa que indica que, se tratando de vinho, quanto mais velho melhor. Essa crença, embora enraizada desde os tempos bíblicos, atualmente é questionada por especialistas: alguns defendem que os atuais meios de produção já utilizam técnicas que tornam possível a degustação de vinhos novos, já outros acreditam que a complexidade química adquirida com o tempo realça o sabor e faz a espera valer a pena. Controversa ou não, essa ideia acompanha o paladar dos consumidores brasileiros.

O fato é que, entre os apreciadores da bebida, as pessoas de meia idade representam a maioria, o motivo varia, pode ser desde um paladar mais apurado à busca por uma bebida que alinhe prazer e benefícios à saúde. No entanto, de acordo com a nutricionista Juliana Tomandl, consultora da Banca do Ramon, as vantagens desse consumo não são benéficas apenas ao público da melhor idade, pois jovens e adultos também podem aproveitar a qualidade nutricional da bebida.

De acordo com a especialista a matéria prima do vinho é a grande responsável por seu efeito sobre a saúde. “A uva possui várias propriedades terapêuticas graças a alta concentração de polifenóis, essa substância é estimulada em um mecanismo de defesa da videira contra agressões externas, como exposição solar, pestes e entre outras. Dentre os polifenóis presentes na fruta, o resveratrol é o que mais se destaca, pois, estudos apontam que a substância é capaz de diminuir o acúmulo de coágulos nos vasos sanguíneos, reduzindo o risco de patologias como acidentes vasculares”.

Tomandl explica que a substância também regula o colesterol e possui agentes antienvelhecimento, que protegem o cérebro e ainda favorecem o processo digestivo: “Esse elemento é o responsável pela cor escura da uva, por isso, as castas são mais ricas na substância” – acrescenta a especialista. Mas, isso não significa que apenas os vinhos tintos são benéficos, pois, o processo de fabricação também é determinante: para que a bebida seja uma aliada da boa saúde é preciso ter atenção na escolha do rótulo.

Não se pode julgar o vinho somente pela coloração, se fosse assim apenas os tintos seriam saudáveis. A produção é o ponto chave para extrair os nutrientes da fruta de maneira correta. A abundância de resveratrol e outras substâncias favoráveis no vinho é oriunda do seu processo de fabricação e boa parte depende da maceração, processo no qual é extraído o sumo das uvas e, em alguns casos, as cascas e sementes. É do equilíbrio deste ponto que dependem os nutrientes e qualidade da bebida nos demais processos da vinificação até chegar à mesa do consumidor. Portanto, se você é um amante da bebida ou deseja estimular o hábito em virtude dessas vantagens, é fundamental se atentar à qualidade do rótulo.

Fim de ano impulsiona o mercado de bebidas
Feriados, datas comemorativas e a Black Friday são datas em que a demanda pelos vinhos costuma aumentar e se tornam excelentes oportunidades aproveitar as promoções, principalmente com a proximidade das festas de fim de ano. Dados da NeoGrid/Nielsen apontam que em 2015, as categorias de bebidas venderam em feriados nacionais 22% a mais que a média das demais semanas, especialmente na Black Friday, em que as bebidas alcoólicas tiveram destaque, com vendas cinco vezes maiores na comparação com uma sexta-feira comum.

Apesar de ser uma bebida amplamente conhecida e apreciada, consumo médio de vinho do brasileiro é de 1,8 litro por ano, essa estimativa per capita é bem baixa se comparada com países da Europa e vizinhos como Argentina e Uruguai. Na tentativa de formar consumidores fiéis e alavancar as vendas, muitas vinícolas investem em cursos de degustação para quem quer entender melhor a diferença entre os rótulos e aprender a harmonizar a bebida com diversos pratos e datas comemorativas.

Outro estimulo ao consumo da bebida foi observado nos recipientes em que o vinho é servido. Uma pesquisa de Comportamento e Saúde da Universidade de Cambirdge afirma que as taças de vinho aumentaram significativamente ao longo dos séculos, para se ter ideia, há 300 anos atrás, a capacidade média era de 65 ml enquanto hoje é de 450 ml. Os estudiosos acreditam que esses recipientes mais generosos fomentam a degustação. Segundo os pesquisadores um grande espaço pouco preenchido disfarça a sensação de saciedade e consequentemente aumenta o consumo.

Lista de presentes
O vinho ainda lidera a intenção de presentes quando se trata de bebidas alcoólicas. De acordo com o levantamento quase 80% dos entrevistados optam por um bom rótulo na hora de presentear. Além de ser uma opção que agrada ambos os sexos, a bebida ainda transmite requinte e sofisticação, ela pode ser apreciada no momento ou guardada para datas especiais. Espumantes e champanhes figuram em segundo lugar no ranking (7,5%), seguidos pelo whisky (6%) e, curiosamente pela cachaça (2,4%). A intenção de presentear com a iguaria nacional supera o consumo entre os entrevistados, que não passa de 1,2%.

Harmonização para peixes, crustáceos e frutos do mar
Para aqueles que não são muito fãs do famoso pernil natalino nem da tradicional ave do natal, ou simplesmente não tem tempo suficiente para se dedicar ao longo preparo desses pratos e seus acompanhamentos, vale apostar em peixes e frutos do mar. Além de terem uma cocção mais rápida e prática, esses ingredientes são leves e fáceis de harmonizar com vinhos. Para isso basta se atentar à composição do menu.

Os espumantes são uma boa saída para pratos incrementados com o tempero mais presente, especialmente os apimentados, pois trazem um frescor e preparam o paladar para a próxima garfada. Já sabores mais intensos, como moquecas ou preparações com molhos e ingredientes marcantes podem ser valorizadas com vinhos fortificados. Pratos leves são bem acompanhados por vinhos brancos secos e, para quem acha que os tinto s devem ser deixados de lado, está muito enganado, pois a bebida é um ótimo par em pratos em que o bacalhau é o protagonista.

Mas vale lembrar que, independente da escolha do menu, a nutricionista alerta: “Apesar das propriedades nutricionais da bebida serem motivo de comemoração entre os apreciadores, as evidências científicas não são uma permissão para o consumo desenfreado, é preciso moderação para obter essas vantagens” – finaliza.

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