Da Redação
Com Lusa
No restaurante da vila de Maubara, em Timor-Leste, instalado num antigo forte holandês, servem-se sucos de fruta naturais e encomenda-se o almoço antes de se dar um mergulho na praia e comprar peças de artesanato timorense.
O restaurante e as várias lojas de artesanato espalhadas na rua junto ao mar foram criados com o apoio do cluster da cooperação portuguesa Mos Bele (Nós Podemos), que pretende criar em Maubara uma vila preparada para o turismo sustentável.
“Mos Bele é a aplicação do novo conceito da cooperação portuguesa que visa aplicar às dinâmicas de desenvolvimento a lógica de criação de valor”, explicou à agência Lusa João Carvalho, responsável pelo projeto.
Segundo ele, “pela primeira vez há uma intervenção multissetorial alinhada”. “Atuamos ao nível da educação, saúde, atividades econômicas primárias, agricultura e pesca, a nível das atividades econômicas secundárias de transformação e terciárias, por exemplo, como o turismo”.
Para haver turismo é preciso haver serviços e com o financiamento do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento já foram criadas, desde 2009, 17 microempresas por timorenses.
Em Maubara há um cabeleireiro, um atelier de costura, uma peixaria, uma frutaria, uma oficina, um restaurante, lojas de artesanato, uma padaria e empresas de construção civil.
“O dinheiro entra em Maubara, circula em Maubara e possibilita o desenvolvimento integrado para toda a família e o reconhecimento de quem vem a Maubara”, explicou João Carvalho.
Segundo João Carvalho, o que se “está a possibilitar de uma forma formal é que as pessoas criem o seu negócio e que seja reconhecido pelos seus pares e que seja reconhecido como sendo para o bem comum”.
“O que estamos a possibilitar é que as pessoas de Maubara não tenham de se deslocar a Liquiçá ou a Díli. O objetivo é que até 2013 Maubara seja uma cidade de serviços, onde todos os serviços necessários existam e que seja uma cidade de turismo”.
Em Maubara só falta o hotel que será inaugurado no próximo ano. Projetado pelo arquiteto português, Luis Jorge Bruno Soares, o hotel está sendo reconstruído por 65 famílias de duas aldeias.