Da Redação
Com Lusa
O vento forte que condicionou o movimento no Aeroporto da Madeira desde sexta-feira provocou o cancelamento de 101 voos e afetou 14.700 passageiros, segundo informou esta segunda-feira a ANA – Aeroportos de Portugal.
Numa nota enviada à agência Lusa, a ANA adianta que se registrou o cancelamento de duas ligações na passada sexta-feira, 29 no sábado e 70 no domingo, entre chegadas a partidas. Já segunda, “verificou-se uma situação de acalmia nas condições de vento, aproximadamente entre as 10:00 e as 12:00, fato que possibilitou 11 movimentos de aterragem, cujas respetivas partidas já se iniciaram”, acrescenta.
Ainda salienta que a proteção dos passageiros “cabe às respectivas companhias”, tendo a direção do Aeroporto da Madeira – Cristiano Ronaldo, “com o intuito de mitigar os incômodos e desconfortos que se previam para os passageiros”, reunido com as várias estruturas e concessionários de restauração na aerogare.
O objetivo foi “obter a colaboração destes últimos no alargamento do horário de funcionamento e reforço dos stocks, tendo este pedido obtido total colaboração”.
A nota conclui que, “ainda com o mesmo objetivo, adquiriu colchões e mantas — em quantidade limitada pelos stocks do comércio da ilha — que disponibilizou, preferencialmente, a idosos e crianças”.
O secretário regional da Economia, Turismo e Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, disse hoje que, dos cerca de 15 mil passageiros afetados pela situação, “apenas 300 pernoitaram” no aeroporto nas noites de sábado e domingo.
O governante realçou que os hotéis também colaboraram recebendo os seus hóspedes de volta e que a ligação marítima do Lobo Marinho permitiu escoar muitas centenas de pessoas de aviões que divergiram para a ilha do Porto Santo.
Desconforto
O Governo Regional da Madeira está a trabalhar, em articulação com a ANA, para “melhorar o conforto” dos passageiros afetados pelas condições meteorológicas adversas. O presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, destacou as parceiras estabelecidas com a empresa Porto Santo Line, responsável pelas ligações marítimas entre a Madeira e o Porto Santo, que está a efetuar o transporte de passageiros cujos voos divergiram nos últimos dias para a ilha.
“Temos feito um trabalho, em articulação com a ANA, no sentido de minorar os impactos e melhorar o conforto dos passageiros”, afirmou Miguel Albuquerque, destacando, por outro lado, como “muito positiva” a proposta para a criação de uma “bolsa de quartos” nos hotéis, apresentada pela Associação Comercial e Industrial do Funchal.
O presidente do Governo da Madeira considerou ainda que a ocorrência cada vez mais regular de ventos fortes na zona do aeroporto deriva das alterações climáticas, mas também diz que se tornou mais notória devido ao “aumento exponencial” do número de voos.
“Neste momento, estamos com mais de 395 voos por semana no Aeroporto da Madeira e isso faz com que os impactos sejam maiores”, afirmou, vincando que “contra o tempo não há governo nenhum que possa desenvolver ações”.
A costa sul da ilha da Madeira está sob “aviso amarelo” até ao final do dia de terça-feira devido ao vento forte com rajadas da ordem dos 80 quilômetros por hora no extremo leste, de acordo com o Instituto Português do Mar e Atmosfera.