Velejador português aliviado em liberdade depois de passar “por um pesadelo”

Da Redação
Com Lusa

O velejador português Leonel Carvalho afirmou estar “aliviado” por estar em liberdade depois de “passar por um pesadelo”, após sair da prisão onde estava detido em Espanha há quase um ano por alegado tráfico de droga.

“Estar em liberdade é um grande alívio depois de ter passado por este pesadelo. É horrível estar privado da liberdade estando inocente, sem ter cometido qualquer crime”, disse à Lusa Leonel Carvalho depois de sair da prisão em Soto del Real, em Madrid.

O velejador português, que saiu em liberdade no dia 20, referiu que sempre foi honesto e que não existiam provas de qualquer crime.

“É um alívio completo, é respirar liberdade e ver ser reposta a justiça. É muito penoso estar um ano preso sem ter cometido nenhum crime, sem haver provas que tenha cometido, sem nada. Uma pessoa que toda vida foi honesta e parece que a honestidade não vale nada”, frisou.

“Era tão simples investigar a minha vida para saber que sou honesto e de repente passei a ser um traficante e a pertencer uma organização criminosa. É terrível”, acrescentou.

O velejador acredita que o processo vai ser arquivado em breve uma vez que “não tem pés para andar”.

“Já passei por muitas tempestades no mar, mas esta foi um autêntico furacão. Esta foi a pior tempestade da minha vida, mas já passou e tudo se vai resolver”, disse Leonel Carvalho, que já iria regressar a Portugal.

A justiça brasileira aceitou o pedido de ‘habeas corpus’ do velejador português Leonel Carvalho, detido em Espanha há quase um ano por alegado tráfico de droga, mediante o pagamento de uma fiança de 30 mil euros.

Leonel Carvalho ficará a aguardar, em Portugal, julgamento pela justiça brasileira, mas sujeito a “medidas bastante restritas”, como recolher noturno obrigatório e proibição de sair do país por mais de oito dias.

Com esta decisão, o velejador português evita a extradição para o Brasil, onde prossegue o julgamento.

Leonel do Nascimento Carvalho está em prisão preventiva em Madrid desde maio passado ao abrigo de uma ordem de detenção internacional pedida pela justiça brasileira por alegado tráfico de droga a bordo de um veleiro, num caso que foi investigado e arquivado pela justiça portuguesa.

O velejador português, de 68 anos, transportou, no verão de 2014, um veleiro de Santos (Brasil) para Portugal, tendo sido interceptado quase no final da viagem pelas autoridades portuguesas e espanholas, que efetuaram quatro buscas ao navio.

Nas três primeiras averiguações, nada foi encontrado e apenas na última, realizada em setembro de 2014, foram descobertos indícios da existência de cocaína.

No entanto, o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa ditou o arquivamento do processo, por considerar não existirem “indícios suficientes que (…) permitam identificar quem, quando e onde é que introduziram ou retiraram do veleiro o estupefaciente cujos vestígios foram recolhidos através de esfreganço e identificado como sendo de cocaína e muito menos saber de que quantidade se tratava”.

Quase dez mil pessoas assinaram uma petição dirigida ao Presidente da República, pedindo a libertação do cidadão português.

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