Mundo Lusíada com Lusa
O representante do Vaticano em Timor-Leste, Marco Sprizzi, afirmou neste domingo que Timor-Leste é um dos países mais bem preparado para acolher a visita do Papa Francisco, que vai decorrer entre 09 e 11 de setembro.
“Confirmo que Timor-Leste é um dos países mais preparado para acolher o Santo Padre”, afirmou à Lusa Marco Sprizzi, no final de uma visita de uma delegação avançada do Vaticano à Presidência timorense.
Uma delegação avançada do Vaticano chegou a Díli em 24 de agosto para uma visita de avaliação aos locais onde estará o Papa Francisco durante a visita a Timor-Leste. A missão termina na terça-feira.
O representante do Vaticano salientou que “faltam pequenos detalhes”, mas “em geral o trabalho do Governo e da igreja está muito bem feito”.
“Agora, a nossa expetativa maior é sobre o povo timorense para que tenha a alegria, o entusiasmo, a energia para virem a Tasi Tolu encontrar o Santo Padre. O Papa vem para o povo timorense, mas esperamos e temos a certeza que o povo timorense vai responder”, disse Marco Sprizzi.
A deslocação do Papa Francisco ocorre no âmbito de um périplo que vai fazer à região e inclui também a Indonésia, que visita entre 03 e 06 de setembro, a Papua Nova Guiné, de 06 a 09, e Singapura, de 11 a 13 de setembro.
O executivo timorense autorizou, em fevereiro, uma despesa de 12 milhões de dólares (cerca de 11 milhões de euros) para organizar as atividades de preparação da visita.
Logística
O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, admitiu que a logística para a visita do Papa “é um pesadelo”, mas acredita que vai correr tudo bem porque “os timorenses trabalham melhor sob pressão”.
Em entrevista à agência Lusa a propósito dos 25 anos do referendo que levou à independência de Timor-Leste, que se assinalam em 30 de agosto, o chefe de Estado referiu como exemplos complicados da logística, além do espaço limitado em Díli, as dificuldades de garantir as condições básicas aos timorenses que vão rumar à capital para ver o Papa.
“O Governo tem de estar preparado, equipado, para fornecer água para as pessoas porque com o calor, horas e horas, dias, desidratação. Saneamento, Díli não tem balneários públicos, tem um ou outro e vão ser precisos”, tal como comida.
O executivo timorense estima que a capital timorense acolha cerca de 700 mil pessoas.
“Nós, de uma maneira geral, os timorenses, trabalhamos melhor sob pressão, quando não há pressão, quando falta um ano ou dois, em vez de começar a preparar, [o timorense] fica à espera”, disse.
No entanto, referiu que o Governo “não tem poupado esforços e movimentação de dinheiro”, considerando que “as infraestruturas estão a andar muito bem” e que “a própria equipa técnica da Santa Sé está impressionada com a mobilização timorense”.
Na quarta-feira, o ministro da Administração Estatal timorense, Tomás Cabral, disse à Lusa que os preparativos para a visita do Papa estão em “mais de 90 por cento” concluídos e que em Tasi Tolo, na zona ocidental de Díli, onde vai decorrer a homilia, no dia 10 de setembro, está tudo pronto.
Ramos-Horta disse que não teme questões de segurança e que “a única preocupação” é ocorrer o que acontece em grandes eventos, “quando começa a haver empurrões, pode haver atropelos […] se todos quiserem começar a chegar mais perto do Papa”.
Questionado sobre a possível frustração dos timorenses que não consigam estar em Díli para ver o Papa devido às restrições, o Presidente admitiu que sim porque o máximo de pessoas que poderão deslocar-se à capital timorense “é de 700 mil”, num país com cerca de 1,3 milhões de habitantes, em que quase 97% são católicos.
Em relação aos benefícios da visita do Papa para o país, o chefe de Estado considerou que “reforça a Igreja católica, a fé católica” e por outro lado, “é o melhor marketing”, é “pôr Timor-Leste no mundo”.
“Isso é impagável”, disse.