Da Redação
Com Lusa
O responsável pelo programa de Emergências Sanitárias da Organização Mundial de Saúde afirmou nesta quarta-feira que não haverá vacinas para a covid-19 antes da segunda metade de 2021, apesar de “sinais de esperança” nos testes clínicos a decorrer.
Numa sessão de perguntas e respostas através da Internet, Michael Ryan afirmou que é preciso “realismo nas expectativas” em relação a uma vacina e que terão que ser tomadas “todas as precauções” para garantir que é absolutamente segura.
“De forma realista, não teremos pessoas a serem vacinadas até à segunda metade do próximo ano”, afirmou, notando que se assiste a um número crescente de vacinas a passarem à chamada fase três dos testes e a serem experimentadas em voluntários humanos.
Na iniciativa da Organização Mundial de Saúde para garantir o desenvolvimento e acesso equitativo a uma vacina, a que aderiram a maior parte dos países do mundo, cerca de meia dezena de potenciais vacinas “não fracassaram até agora” e cumpriram nos requisitos de segurança e criação de resposta imunitária.
Michael Ryan pediu também realismo nas expectativas sobre a eficácia de uma vacina, que nunca será total: “Adoraria poder dizer que vamos ter uma vacina e em dois ou três meses este vírus desaparecerá, mas isso não é realista”.
“É importante fazermos o que pudermos agora. É mais fácil vencer um adversário se já o tivermos cansado”, ilustrou.
“Estamos a ver sinais de esperança. Mas em vacinas, por mais depressa que nos esforcemos para as ter, teremos que garantir que são seguras e eficazes e isso levará tempo. Estamos a acelerar, mas não vamos facilitar no que toca à segurança”, garantiu.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 616 mil mortos e infetou quase 15 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.702 pessoas das 49.150 confirmadas como infectadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
No Brasil, já passaram de 2,1 milhões de casos diagnosticados e 81 mil mortes pela doença. São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará são os estados com mais casos no país.
Voluntárias no Brasil começaram a tomar a vacina contra a covid-19 criada pela Universidade de Oxford. Este estudo, juntamente com uma com uma outra vacina chinesa anunciada pelo governo de S.Paulo, colocou o país na vanguarda da corrida pela imunização na pandemia.