Vacinação na Europa começou há um ano e já chegou a mais de 78% dos adultos

Da Redação com Lusa

A vacinação na União Europeia (UE) arrancou há precisamente um ano, estando mais de 78% dos adultos totalmente vacinados, assinalou a presidente da Comissão Europeia, pedindo que os Estados-membros continuem este “longo caminho” com doses de reforço.

“Exatamente há um ano, as campanhas de vacinação contra a covid-19 começaram em toda a Europa e percorremos um longo caminho no espaço de um ano: mais de 78% dos adultos na União Europeia estão agora [totalmente] vacinados”, declarou a líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, numa mensagem em vídeo neste dia 27.

Na publicação feita por rede social, a responsável vincou que o atual “aumento do número de infeções e em particular a rápida propagação da [variante] Ómicron tornam a vacinação ainda mais importante”.

“A vacinação, incluindo as doses de reforço, são atualmente a nossa melhor proteção. Temos doses suficientes para que todos possam ser vacinados e receber uma vacina de reforço, portanto, protejamo-nos a nós próprios e aos outros”, apelou Ursula von der Leyen.

“Esta é a nossa melhor hipótese de vencer este vírus”, salientou a responsável.

Na mesma mensagem, a líder do executivo comunitário aproveitou ainda para agradecer a todos os profissionais do setor da saúde por trabalharem durante horas a fio “para administrar as vacinas” e também para cuidar dos doentes infetados.

Dados do Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (ECDC) sobre a vacinação na UE revelam que 79,1% da população adulta no espaço comunitário está totalmente vacinada, percentagem que é de 67,8% se forem consideradas todas as faixas etárias.

Em termos absolutos, os dados do ECDC – que têm por base as notificações dos Estados-membros e estão disponíveis no ‘site’ da agência sobre vacinação – revelam que 289 milhões de adultos na UE estão totalmente vacinados.

Quanto à população total, são 303 milhões os totalmente inoculados.

A covid-19 provocou mais de 5,39 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.874 pessoas e foram contabilizados 1.279.785 casos de infecção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

Obrigatório

A obrigatoriedade da vacinação, ou a sua possibilidade, já levou milhares de pessoas a manifestarem-se nas ruas em protestos às vezes violentos, como em Itália, onde multidões criticaram também a entrada em vigor da obrigação de apresentar o certificado digital de vacinação para aceder aos locais de trabalho.

Em vários países europeus, incluindo em Portugal, o certificado digital covid-19 é utilizado para entrar em determinados locais, como restaurantes, salas de espetáculos ou locais de diversão noturna.

Aprovada em 21 de dezembro pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e pela Comissão Europeia, a vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech – a primeira a ter “luz verde” na Europa – começou a ser distribuída ao mesmo tempo pelos Estados-membros da UE a partir do dia 27 de dezembro de 2020, embora nem todos tenham começado a administrá-la no mesmo dia.

O novo ano foi então olhado com muito otimismo, à medida que as campanhas de vacinação avançavam, mas, poucos dias depois de 2021 ter começado, vários países europeus decidiram prolongar os confinamentos: a Europa atingia na altura os 30 milhões de infetados e a distribuição de vacinas começou a sofrer problemas e a atrasar-se.

O certificado digital da UE, comprovativo da vacinação ou recuperação da infeção pelo vírus SARS-CoV-2, entrou em vigor na União no início de julho.

Os movimentos anti-vacinas já constituíam uma preocupação para as autoridades sanitárias, mas foi nesta altura que as manifestações – em protesto contra os certificados de vacinação, vistos como forma de discriminar pessoas – se tornaram violentas.

Antes do verão, o dossiê das vacinas já tinha enfrentado outro problema: a necessidade de aumentar a produção para alcançar a vacinação global.

Esta situação levou a Comissão Europeia a afirmar em maio que estava disponível para “avaliar” a suspensão de patentes das vacinas contra a Covid-19, uma proposta dos Estados Unidos que não foi bem-sucedida.

Em novembro passado, a EMA aprovou a extensão do uso da vacina pediátrica da Pfizer/BioNTech (Comirnaty) para crianças com idades entre os cinco e os 11 anos, considerando essa opção segura e eficaz.

Outro assunto que desencadeou um intenso esgrimir de argumentos entre os mais diversos setores da sociedade europeia.

Vários países da UE, como Portugal, Espanha, Itália, Grécia e Hungria, arrancaram já em meados de dezembro com a campanha de vacinação das crianças desta faixa etária.

Outros, como foi o caso da França, começaram a vacinar apenas as crianças que apresentavam comorbidades, mas depois decidiram generalizar o processo de vacinação voluntária a todas.

A poucos dias do final de um “ano de vacinas”, a doença covid-19 soma mais de 5,36 milhões de mortes em todo o mundo e cerca de 275 milhões de infetados.

No passado dia 20 de dezembro, a EMA aprovou a comercialização de emergência da vacina contra a covid-19 da Novavax, para utilização em adultos.

Esta é a quinta vacina com autorização de emergência na UE, juntando-se às da Pfizer/BioNTech, da Moderna, da Janssen e da AstraZeneca, que fazem parte do plano de vacinação português que também arrancou a 27 de dezembro de 2020.

Dados comunitários divulgados este mês apontam que mais de 82% da população adulta do bloco recebeu pelo menos uma dose da vacina anti-covid-19 e mais de 13% já recebeu uma dose de reforço.

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