Universidades de sete países lusófonos juntam-se para oferecer ensino à distância

Da Redação
Com Lusa

Universidades de sete países lusófonos juntaram-se na primeira associação de educação à distância, com o objetivo de promover a inclusão através do ensino e criar uma oferta educativa conjunta, disse o reitor da Universidade Aberta.

A Associação de Educação à Distância dos Países de Língua Portuguesa, cuja criação tem o patrocínio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), integra a Universidade Aberta (Portugal), Universidade Agostinho Neto (Angola), Universidade de São Paulo (Brasil), Universidade de Cabo Verde, Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique), Universidade de São Tomé e Príncipe e Universidade Nacional de Timor-Lorosae.

“O grande objetivo da associação é promover a língua portuguesa como língua de conhecimento, inovação e de valor na sociedade digital, através da educação à distância, que é um fator de inclusão social e é, cada vez mais, um meio para ultrapassar as barreiras ao acesso ao ensino”, afirmou o reitor Paulo Dias.

O responsável da Universidade Aberta apontou que alguns países lusófonos têm “grandes necessidades” desta forma de ensino, como é o caso do Brasil, por ser um país muito grande, ou Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, arquipélagos.

“A língua portuguesa é uma língua construtora de uma identidade no mundo, é um ponto de encontro de culturas, de modos de estar e de pensar. É a quarta língua mais falada no mundo, com 200 milhões de falantes”, acrescentou Paulo Dias, destacando o “potencial enorme” do português.

Além de promover a inclusão, a “visão estratégica da associação é de desenvolver qualidade e confiança no sistema”, apontou o reitor, recordando que os alunos da Universidade Aberta, espalhados por 31 países, fazem exames presenciais duas vezes por ano.

Com a associação criada, as instituições vão “trocar experiências e criar uma oferta educativa conjunta, envolvendo as várias universidades dos diferentes países, que seja capaz de servir a comunidade de falantes de português no mundo”, referiu ainda.

Segundo Paulo Dias, “a educação à distância é um meio para unir todos estes países e todas estas comunidades”.

Questionado sobre a falta de cobertura tecnológica em todos os territórios lusófonos, Paulo Dias considerou que este processo vai funcionar como “um meio de pressão” para “acelerar a digitalização destes países”.

De qualquer forma, a ausência de internet não é um impedimento para a educação à distância, que pode ser garantida, por exemplo, através de uma ‘pen-drive’.

“O futuro passa necessariamente pela utilização de sistemas de educação não presenciais em todas as instituições, a própria sociedade vai exigir isso delas”, considerou Paulo Dias.

O lançamento desta associação, formalizada esta segunda-feira, inseriu-se nas comemorações do Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP, que se assinalou em 05 de maio.

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