Mundo Lusíada
Com Lusa
A Universidade de Coimbra (UC) apresentou em 20 de janeiro a sua candidatura a Patrimônio Mundial da UNESCO, que inclui a Alta e a rua da Sofia, numa cerimônia presidida pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas.
Na ocasião, Viegas assinou a candidatura, em representação do Estado português, a qual será depois entregue na sede da UNESCO, em Paris, até 01 de fevereiro.
Antes da cerimônia, o secretário de Estado da Cultura visitou os espaços emblemáticos da zona candidata a Patrimônio Mundial da Humanidade, nomeadamente o Paço das Escolas, a Capela de S. Miguel e a Biblioteca Joanina, cuja decoração em talha dourada remonta ao reinado de D. João V, quando predominavam as riquezas associadas ao ouro proveniente do Brasil.
Desenvolvida pela UC, com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra, a candidatura da Universidade foi entregue à Comissão Nacional da UNESCO em novembro de 2011.
Além do núcleo histórico da Universidade e da rua da Sofia, a candidatura a Patrimônio Mundial, cujo dossiê tem 2000 páginas, distribuídas por sete volumes, abrange um corredor de ligação entre a Alta e a rua da Sofia (artéria onde se fixaram os colégios que vieram a dar origem à primeira universidade portuguesa e uma das mais antigas da Europa), além de toda a zona envolvente.
A candidatura tem como mote central a “associação do passado, do presente e do futuro” da UC e o “prestígio da instituição”, que se mantém na atualidade e faz dela “uma grande universidade europeia no século XXI”, afirmou Seabra Santos, então reitor da instituição, quando um documento provisório foi entregue à Comissão Nacional da UNESCO, há cerca de um ano.
O atual reitor, João Gabriel Silva, revelou que a candidatura da Universidade valoriza o papel da instituição de ensino na promoção da cultura portuguesa no mundo ao longo dos séculos. “Não havendo percalços, a decisão sobre a candidatura deverá ser anunciada no final de 2013”, adiantou João Gabriel Silva.
O secretário de Estado da Cultura defendeu que a candidatura pode ser definida como “uma homenagem ao conhecimento e uma reflexão sobre o patrimônio”, sustentou Francisco José Viegas.
Esta “é uma candidatura do conhecimento, não enquanto abstração” ou “do conhecimento ornamental”, disse o governante, considerando que se trata de “uma homenagem ao conhecimento lógico”, intelectual, filosófico, científico, ao “conhecimento estrutural e fundacional de uma nação”.
Depois de recordar que a UC foi “a única universidade do império português ao longo de vários séculos”, o secretário de Estado da Cultura salientou que “os conhecimentos adquiridos em Coimbra formaram as elites de todos os territórios sob administração portuguesa”.
É em Coimbra que “se define grande parte da arquitetura do ser português”, mas foi também aqui que surgiram “movimentos que colocaram em causa o pensamento dominante, que abalaram as estruturas sócio-culturais do país, lançando sementes de sucessivas reformas de mentalidade e, por consequência, abrindo novos caminhos para a modernidade”.
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