Universidade de Coimbra distingue presidente da Comissão Europeia com grau Doutor Honoris Causa

Mundo Lusíada
Com Lusa

O Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker foi distinguido com o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra. A cerimônia neste dia 31 de outubro, na Sala dos Atos Grandes (Sala dos Capelos), contou com a presença do presidente português Marcelo Rebelo de Sousa e do primeiro-ministro, Antonio Costa.

A ação de Jean-Claude Juncker na construção e consolidação da União Europeia e a sua procura incessante de diálogo e consenso foram motivo de elogios em Coimbra, na atribuição do doutoramento.

No elogio ao homenageado, Fernando Alves Correia, professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC), considerou Jean-Claude Juncker, 63 anos, uma “relevante personalidade da construção e consolidação da União Europeia” e um político de exceção e visionário europeu. Na sua intervenção, Fernando Alves Correia destacou o “pensamento político próprio e estruturado” de Juncker, que foi primeiro-ministro do Luxemburgo ao longo de 18 anos, entre 1995 e 2013.

“A sua natural cordialidade e afabilidade e a procura incessante do diálogo e do consenso sempre coexistiram harmoniosamente com a profundidade das suas convicções, fortemente inspiradas na doutrina social da Igreja Católica e inseridas no ideário da democracia cristã europeia”, afirmou.

O professor da FDUC disse que com a homenagem a Universidade de Coimbra exprime “sentimentos de reconhecimento e de gratidão a um grande e insigne amigo de Portugal e dos portugueses”, argumentando que enquanto primeiro-ministro do Luxemburgo Jean-Claude Juncker “nunca regateou o apoio aos emigrantes portugueses e deu múltiplas vezes público testemunho do seu apreço pelas qualidades ímpares da comunidade portuguesa e pelo relevante contributo da mesma para o desenvolvimento do seu país”.

“E como presidente do Eurogrupo e presidente da Comissão Europeia sempre acompanhou, incentivou e expressou admiração pelos ingentes esforços desenvolvidos pelo povo português para ultrapassar a recente grave crise económico-financeira e respeitar os compromissos europeus”, declarou.

Alves Correia argumentou que a visão política do homenageado com o título ‘Honoris Causa’ pela Faculdade de Direito foi sempre marcada “pela justiça social, pela necessidade de proteger os mais desfavorecidos e pela criação de uma relação de solidariedade entre as pessoas e de uma sociedade inclusiva, em que cada um encontre o seu lugar”.

Acrescentou que a acumulação, durante vários anos, no Luxemburgo, das pastas do Trabalho e das Finanças – consequência, explicou, “da particularidade dos governos luxemburgueses, compostos por um número restrito de ministros” – conferiram ao agora presidente da Comissão Europeia “uma experiência única da necessária associação das medidas de apoio social ao seu custo financeiro”.

“O relevo dado ao ‘social’, sem perder de vista as suas repercussões financeiras – uma marca de água da governação luxemburguesa de Juncker -, foi transposto para o nível europeu”, frisou Fernando Alves Correia, considerando o homenageado como “um grande paladino” da reforma da União Europeia.

O professor catedrático da FDUC disse ainda que “os grandiosos predicados do doutorando são solenemente afiançados” pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (apresentante de Jean-Claude Juncker na cerimónia de hoje), retratado por Fernando Alves Correia, como um “homem dotado de rútila inteligência e de profunda cultura, arguto e generoso” e um “político excecional, que tem dedicado grande parte da sua vida à defesa das grandes causas e dos valores essenciais da democracia portuguesa”.

“Com um estilo muito próprio, tem sabido conciliar com grande talento e imensa mestria a dignidade institucional de representante máximo do Estado com a proximidade e a afetividade às pessoas, a dessacralização do poder e a presença constante junto do povo, nas horas faustosas e nas horas trágicas”, sustentou, referindo-se ao chefe de Estado português.

O autor do elogio deixou ainda “um abraço de fraternidade acadêmica” a Jean-Claude Juncker e lembrou outros “dois grandes vultos da causa europeia”, o antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors e o antigo presidente do Parlamento Europeu Josep Borrell Fontelles, agraciados com doutoramentos ‘Honoris Causa’ pela Universidade de Coimbra em Economia (1992) e Direito (2006), respetivamente.

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