Mundo Lusíada com Lusa
As unidades turísticas do Alentejo estão “quase” esgotadas para o Natal e Ano Novo e só a pandemia de covid-19 poderá “travar” este crescimento, segundo o presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT), Vítor Silva.
“O ponto da situação, neste momento, é que está quase tudo esgotado”, afirmou à agência Lusa o responsável da Turismo do Alentejo e do Ribatejo.
Segundo Vítor Silva, têm existido “algumas desistências”, mas estas “têm sido supridas por outras reservas”, para o mesmo período festivo.
“Não tenho nenhuma bola de cristal, não sei o que se vai passar”, mas, “se o Natal e o Ano Novo fossem agora, nestes dias, o Alentejo estava quase a topo”, sublinhou ainda o responsável.
As unidades turísticas da região registam nesta altura um elevado número de reservas, com destaque para os turismos rurais, espaços onde o risco de ocorrerem desistências de última hora é diminuto.
Aí, “é que não vai haver mesmo desistências, porque há grupos mais numerosos de amigos e de famílias que reservam um turismo rural todo e essas pessoas não vão ter a preocupação de estarem juntas com outras pessoas”, disse Vítor Silva.
Em 2019, o Alentejo teve pela frente o “melhor ano turístico de sempre”, mas, devido à pandemia de covid-19, em 2020, “caíram extraordinariamente” as reservas nas unidades hoteleiras para a época do Natal e Ano Novo.
“Se o Governo e a Direção-Geral da Saúde (DGS) não impuserem medidas mais drásticas” ligadas à pandemia, “as quais não são previsíveis, mas não são impossíveis, e se as coisas se mantiverem como estão”, o panorama no Alentejo vai ser “muito bom, tanto no Natal como na passagem do ano”, declarou.
Vítor Silva explicou ainda que, nesta altura do ano, as unidades turísticas vivem “fundamentalmente” do turismo nacional, não sendo previsível, nesta época festiva, a vinda “em número significativo” de turistas estrangeiros.
“O turismo estrangeiro já estava a recuperar”, até finais de setembro, embora a região estivesse com “um terço” de visitantes internacionais face ao mesmo período de 2019, pelo que ainda tem “muitíssimo para recuperar”, observou.
O presidente da ERT do Alentejo e do Ribatejo destacou ainda que, em tempos de pandemia, tem sido o turismo nacional a dar uma resposta “muito superior” à esperada e que tem “aguentado muito” o turismo no Alentejo.
“De tal modo que, até ao final de setembro, comparando esses nove meses [do ano] com os meses homólogos de 2019, já recuperamos em termos de proveitos em cerca de 84%”, fazendo do Alentejo a região do país que “mais recuperou”, frisou.
Incerteza no Norte
Já o presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal assumiu que o aparecimento da variante Ómicron lança “muita incerteza” na procura turística para a época natalícia, mas ainda acredita que a atividade seja superior a 2020.
“Caso não tivesse surgido esta nova variante do SARS-CoV-2, o desempenho do destino [Porto e Norte de Portugal] na época alta do Natal e fim de ano esperava-se francamente positivo, mas o aparecimento da variante Ómicron e a forma como se está a lidar com o novo cenário veio lançar muita incerteza na procura turística, especialmente internacional”, avançou à agência Luís Pedro Martins, presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP).
O presidente da TPNP afirmou que, com os dados que a entidade dispõe ao dia de hoje, é possível “acreditar que os índices de atividade turística no Natal e na passagem de ano “sejam superiores aos dados de 2020”.
“Mantemos a confiança nos nossos empresários e no nosso destino. Os nossos índices de vacinação são dos melhores do mundo e isso permite acreditar que vamos fechar o ano de 2021 com resultados bem melhores do que os de 2020”, estimou.
Para Luís Pedro Martins, que se não existisse esta nova variante, o desempenho do destino nesta época festiva seria “francamente positivo”, e defendeu que “Portugal é um destino seguro” e que o setor do turismo “está preparado”.
“Mantemos a confiança nos nossos empresários e no nosso destino, os nossos índices de vacinação são dos melhores do mundo e isso permite acreditar que vamos fechar o ano de 2021 com resultados bem melhores do que os de 2020”.
O destino Porto e Norte de Portugal fechou o mês de setembro com cerca de 448 mil hóspedes, registando um valor acumulado de 2,251 milhões de hóspedes entre janeiro e setembro, o que confere à região a liderança no ‘ranking’ a nível nacional.
Os dados do Instituto Nacional de Estatística revelam que o valor acumulado desde o início deste ano anda perto de 50% do valor registado em 2019, durante o período homólogo.
Cidades como Lisboa e Porto já cancelaram programações para as festividades de final de ano, diante de uma nova onda de Covid-19 na Europa.