Da Redação
Com Lusa
Propostas de Portugal para relatório sobre o futuro da educação e recomendação sobre a ciência aberta foram aprovadas pelo Conselho Executivo da UNESCO, órgão máximo da organização, e vão ser preparadas até 2021.
“Estamos muito satisfeitos. Estou convencido que são dois temas que são centrais para a UNESCO. Por um lado, para que a UNESCO recupere essa visão prospectiva, que é o melhor da UNESCO na área da educação […], e para que a organização traga para a agenda do multilateralismo, o tema da ciência aberta, que é central para os debates sobre o futuro”, disse António Sampaio da Nóvoa, embaixador de Portugal na UNESCO, em declarações à agência Lusa.
Tanto a elaboração de um relatório sobre o futuro da educação como a criação de uma recomendação sobre a ciência partiram da representação de Portugal junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), e vão ser preparadas até 2021, foram acolhidas pela diretora-geral da organização, Audrey Azoulay, e aprovadas durante a mais recente reunião do Conselho Executivo da UNESCO, que decorreu entre 03 e 17 de abril.
“O trabalho foi desde o primeiro dia. Quando me apresentei à diretora-geral e conversei com ela, disse-lhe que estes eram dois temas que Portugal gostaria de ver colocados na agenda da UNESCO. A partir daí houve muito trabalho, muitos contatos com outros embaixadores e com a secretária-geral”, explicou Sampaio da Nóvoa à Lusa.
O embaixador considera que “a UNESCO sempre teve uma visão prospectiva muito forte” no campo da educação, e deve voltar a marcar uma posição global, enquanto no ramo da ciência aberta, a organização deve também ter uma palavra a dizer.
“Nós entendemos que a UNESCO, que tem poderes normativos no plano internacional enquanto organização multilateral, podia avançar para uma recomendação na área da ciência aberta. Uma ciência em que há acesso aberto ao conhecimento, uma maior ligação entre a ciência a e sociedade e em que se constrói uma ligação mais forte entre os cidadãos e a ciência e também uma ciência que contribui para reduzir desigualdades entre os diversos países do Mundo”, reforçou o antigo reitor da Universidade de Lisboa.
As duas iniciativas vão apresentar os seus resultados na Conferência Geral 2021 e, até lá, seguem os trabalhos preparatórios, incluindo a nomeação de comissões internacionais, consultas a especialistas em todo o Mundo e várias conferências à volta destes temas.
O Conselho Executivo gere a organização entre as conferências gerais dos 193 países que compõem a UNESCO e Portugal tem um papel de relevo neste órgão diretivo já que assumiu no fim de 2017 uma das suas vice-presidências.