Um milhão de vacinas de Portugal deve chegar aos países lusófonos no segundo semestre

Mundo Lusíada
Com Lusa

Portugal vai destinar um milhão de vacinas contra a covid-19 aos PALOP e a Timor-Leste que deverão começar a chegar aos países no segundo semestre de 2021, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros.

“Em números redondos, significa assegurar um milhão de vacinas visto que a nossa compra global é na ordem dos 20 milhões de doses”, concretizou Augusto Santos Silva, depois de, na terça-feira, o primeiro-ministro, António Costa, ter anunciado que Portugal redirecionaria 5% das sua vacinas contra a covid-19 para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste.

O ministro dos Negócios Estrangeiros apontou o primeiro semestre de 2021 como a data prevista para as vacinas começarem a chegar ao destino, sem avançar detalhes sobre os critérios de distribuição por país.

“Esperamos que a distribuição de vacinas comece ao longo do próximo semestre” disse, ressalvando que o calendário está dependente da “cadência de abastecimento por parte das empresas farmacêuticas” das vacinas compradas por Portugal.

“A nossa melhor perspectiva é o mais cedo possível ao longo do próximo semestre”, acrescentou.

No parlamento

Augusto Santos Silva foi ouvido numa audição presencial, a requerimento do Partido Social Democrata (PSD), na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas da Assembleia da República, quando falou também da próxima Cimeira Brasil-Portugal.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros destacou a descida no número de casos de contágio e de mortes relacionadas com a covid-19 nos últimos dias em Portugal, mas ainda longe dos objetivos do Governo.

Na sequência das questões apresentadas pelo deputado social-democrata Duarte Teixeira, o chefe da diplomacia portuguesa lembrou a solidariedade europeia em relação ao pico da crise pandêmica em Portugal, destacando os casos da Alemanha, França e Luxemburgo, que enviaram equipes médicas, e da Áustria e da Espanha, cuja ajuda acabou por ser desnecessária.

João Oliveira, do Partido Comunista Português (PCP), questionou sobre se o Governo tem planos para apoiar o regresso de “alguns dos 12.222 enfermeiros” que, entre 2011 e 2015, emigraram maioritariamente para o Reino Unido, França e Alemanha, Santos Silva respondeu que o executivo já contratou “várias dezenas de milhares” de profissionais para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Na altura [entre 2011 e 2015] não havia oferta”, sublinhou Santos Silva, lembrando os vários programas de incentivo ao regresso a Portugal, como o “Regressar”, que contém vários benefícios fiscais e em que foram apresentadas, para já, 2.291 candidaturas, tendo sido aprovadas 1.416.

Sobre as fronteiras terrestres com Espanha, e em resposta ainda a Duarte Teixeira, o chefe da diplomacia portuguesa não avançou qualquer prazo para uma diminuição das restrições, optando por lembrar a “excelente coordenação” entre os governos dos dois países, “exemplar, ao contrário de outros países da Europa”.

“O Presidente da República [de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa] está a consultar os partidos políticos para apresentar depois as suas propostas ao parlamento, que é quem decide se aprova as regras”, sublinhou Santos Silva.

Em Portugal, morreram 16.086 pessoas dos 799.106 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.474.437 mortos no mundo, resultantes de mais de 111 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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