Por Vanessa Sene
Mundo Lusíada
O 27 de Abril foi um dia bem português no Parque Ibirapuera em São Paulo. Durante a manhã, ocorreu o ato cívico em comemoração ao Dia do Descobrimento do Brasil e Dia da Comunidade Luso-Brasileira, promovido anualmente pelo Conselho da Comunidade em São Paulo. À tarde, o parque recebeu Roberto Leal para um show aberto ao público.
Pela manhã, o orador oficial, e também homenageado do evento, o jornalista da TV Bandeirantes Ricardo Boechat afirmou ter recebido o convite com surpresa, citando que discurso não o deixa muito confortável. “Passei as últimas semanas pesquisando tudo sobre o descobrimento do Brasil, e me dei conta que as questões que nos identificam vão além disso, da história, da cultura, da língua, e até mesmo da nacionalidade”.
Boechat relatou a experiência que teve com portugueses que o ajudaram muito numa época de sua vida. “A partir de dois episódios em que pessoas muito ligadas a Portugal tiveram ato de solidariedade importantíssimo com a minha família, ao longo de 50 anos, e me dei conta que são os sentimentos e não a história que nos faz irmãos, são valores”.
Nascido em Buenos Aires, Boechat se tornou torcedor da Lusa quando veio morar em São Paulo. Durante o evento, recebeu um brinde do presidente da Portuguesa de Desportos Ilídio Lico, uma camisa da Lusa com seu nome. E também surpreendeu ao público após o seu pronunciamento, quando tirou a camisa social e mostrou que já estava vestido com sua camisa rubro-verde.
“Fui torcedor do Flamengo a vida inteira. Há cinco anos escolhi a Lusa porque é um time simpaticíssimo e ninguém briga com a Lusa, doce ilusão, hoje todo mundo parece querer destruir a minha Lusa” disse ao Mundo Lusíada. Durante a cerimônia, Boechat ainda pediu para o presidente Lico não desistir da luta, em que o time foi rebaixado para Série B.
Para o presidente do CCLB, Antonio de Almeida e Silva, o homenageado do ano nunca escondeu a sua admiração pela comunidade e pela Portuguesa. “Foi muito simpático conosco e falou aquilo que gostaríamos de ouvir” disse Almeida e Silva, comentando ainda sobre as realizações dos eventos comemorativos deste ano.
“Tivemos uma agenda desde o final de março, iniciando com o Cruzeiro do Descobrimento até agora. Para mim foi a melhor comemoração dos últimos anos. Fizemos uma junção com a Casa de Portugal, Centro Cultural 25 de Abril, e celebramos os 40 anos da Revolução dos Cravos e Dia da Comunidade Luso-Brasileira, e que tem tudo a ver. O 25 de Abril é uma data de Portugal e todos os portugueses, temos que nos orgulhar dessa data como o Dia de Camões. Celebramos tudo junto com uma programação bastante intensa e variada”.
E o encerramento foi com um show popular, aberto ao público, e que era um sonho do Conselho da Comunidade. “A intenção é mostrar ao público de São Paulo que nos lembramos dele também na nossa festa, e que é um agradecimento e homenagem a eles, um dar as mãos através do Roberto Leal” encerrou Almeida e Silva.
E fez sucesso. Além do público que já esperava pelo show, o parque reuniu famílias e pessoas variadas que passeavam ou se exercitavam pelo parque num espetáculo de música portuguesa, samba brasileiro e muito vira.