Da Redação com Lusa
Na terça-feira, o primeiro-ministro salientou a ação da rede diplomática portuguesa e do Presidente da República visando mobilizar países terceiros, sobretudo Estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), para a Cimeira da Paz na Suíça.
Esta posição foi transmitida por Luís Montenegro na conferência de imprensa conjunta com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, depois de questionado sobre as iniciativas diplomáticas nacionais para que países da CPLP participem na Cimeira da Paz, nos dias 15 e 16 de junho, na Suíça.
Países como o Brasil ou Moçambique, no âmbito das respectivas políticas externas, têm assumido posições de maior distância em relação a uma condenação inequívoca da intervenção militar russa na Ucrânia.
Na resposta, Luís Montenegro referiu que hoje, durante a sua reunião com o chefe de Estado ucraniano, abordou a questão da Conferência de Paz na Suíça. E considerou que “Portugal tem sido um interveniente empenhado em todos os fóruns em que participa: Na União Europeia, na NATO, nas Nações Unidas e obviamente junto de países com quem temos relações de afeto, relações diplomáticas mais intensas”.
”Os países que falam português pertencem a este último grupo. Conversei com o Presidente Zelensky sobre todo o trabalho que temos feito em Portugal para, em diálogo com esses países, podermos também mobilizá-los para o apoio à Ucrânia, seja do ponto de vista institucional e político, seja do ponto de vista do futuro daquilo que poderá ser um processo de reconstrução e recuperação da Ucrânia. Esse trabalho tem sido encetado por mim próprio e pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros [Paulo Rangel], que tem aproveitado toda a rede diplomática para introduzir este assunto nas conversas que mantemos com países interlocutores”, especificou.
O primeiro-ministro destacou depois que nesta missão diplomática também tem estado o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “na base de uma cooperação institucional que tem sido impecável”.
“De tal maneira, que o Presidente da República teve um encontro hoje com o seu homólogo da República Dominicana, onde também falou desse assunto e assegurou a presença desse país na Cimeira da Paz”, completou.
Pela sua parte, Luís Montenegro referiu que teve uma recente reunião com o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, “que também foi sensibilizado para esse efeito”.
“Em Portugal, a nossa rede diplomática e o Presidente da República estão empenhados. A nossa ajuda à Ucrânia não se esgota em material, não se mede em euros. É também uma ajuda humanitária e política”, acrescentou.
Cimeira da Paz
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa vai chefiar a delegação portuguesa à Cimeira da Paz que a Ucrânia, na Suíça em junho nos dias 15 e 16.
Montenegro adiantou que debateu com o primeiro-ministro ucraniano, na reunião realizada em São Bento e que antecedeu a assinatura de um acordo bilateral de segurança, “os preparativos para duas iniciativas da maior importância que terão lugar em junho: A Conferência sobre a Reconstrução da Ucrânia, que terá lugar nos dias 11 e 12 em Berlim, e a Cimeira da Paz nos dias 15 e 16.
Na perspetiva do líder do executivo português, esta cimeira “vai procurar uma plataforma conducente ao lançamento das negociações para uma paz justa e duradoura” na Ucrânia.
A seguir, perante Volodymyr Zelkenky, Luís Montenegro disse que, durante a reunião, reiterou ao chefe de Estado ucraniano o compromisso de Portugal “com uma presença ao mais alto nível”.
“Posso mesmo anunciar que será o senhor Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa] que chefiará a delegação, que contará também com a presença do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. Perante o Presidente da Ucrânia, quero também reafirmar que Portugal continuará a fazer todos os esforços e todos os contactos, a todos os níveis, para mobilizar e motivar o maior número de países, tendo em vista que participem num encontro, que é um encontro a olhar para a paz e para o futuro”, declarou o primeiro-ministro.
Também neste contexto, Luís Montenegro referiu que, durante o seu encontro com Volodymyr Zelensky, foi analisada a situação no campo de batalha na Ucrânia face à invasão russa e apoio que tem sido prestado a Kiev para se defender.
“É inabalável e firme o apoio de Portugal à legítima defesa da Ucrânia, à promoção de uma paz justa com base na fórmula que o Presidente Zelensky tem vindo a apresentar”, acrescentou.