Da Redação com Lusa
Portugal declarou como ‘persona non grata’ 10 funcionários da missão diplomática da embaixada russa em Lisboa, dando-lhes duas semanas para abandonar o país, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Em comunicado divulgado, o ministério liderado por João Gomes Cravinho explica que as “atividades” daqueles funcionários são “contrárias à segurança nacional” e refere que o Governo notificou o embaixador russo “esta tarde”.
Sublinhando que nenhum dos funcionários expulsos do país é diplomata de carreira, o Governo sublinha “a condenação, firme e veemente, da agressão russa em território ucraniano”.
A decisão do Ministério dos Negócios Estrangeiros português segue a linha de vários outros países europeus, que anunciaram a expulsão de diplomatas russos nos últimos dias.
De acordo com uma contagem feita esta tarde pela agência de notícias francesa AFP, o número de diplomatas russos expulsos de vários países da União Europeia desde a invasão da Ucrânia ascende a pelo menos 260.
Uma medida que a presidência russa (Kremlin) lamentou, afirmando que isso só vai dificultar as possibilidades de comunicação a nível diplomático numa altura em que “as condições já estão difíceis”.
Isto “denota uma falta de visão que complicará ainda mais” as relações entre a Rússia e a União Europeia, declarou à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
“E isso, inevitavelmente, levará a medidas de retaliação”, acrescentou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças, e feriu 2.195, entre os quais 266 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções econômicas e políticas a Moscou.