Mundo Lusíada
Com agencias
O grande legado da Copa do Mundo para a cidade de São Paulo será o turismo, na avaliação do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de SP (Abih-SP), Bruno Omori.
A expectativa do Ministério do Turismo é que São Paulo receba 390,7 mil turistas durante o período do Mundial. No Brasil, o Ministério do Turismo estima que 640 mil turistas de outros países venham ao Brasil para o torneio.
“O principal legado da Copa em infraestrutura é o turismo porque teremos a oportunidade de mostrar o que São Paulo tem de bom. São Paulo é muito conhecida só como negócios e teremos a oportunidade agora de as pessoas visitarem os museus e [conhecerem] a gastronomia e também o interior de São Paulo”, disse.
São Paulo tem uma oferta de 42 mil apartamentos e 105 mil leitos – o suficiente, segundo ele, para atender à demanda do Mundial. “A demanda da Copa do Mundo, mesmo sendo muito boa, não é suficiente para encher os 42 mil apartamentos. Se há 65 mil lugares dentro do Estádio do Itaquerão e estamos falando em 105 mil leitos, se 70 mil forem ocupados ainda estarão sobrando 35 mil”, explicou.
Os eventos marcados todos os anos na cidade não foram cancelados, apenas tiveram suas datas alteradas para não coincidirem com a Copa. “Em 2014, todas as projeções indicam que a ocupação média na cidade de São Paulo deve crescer entre 4% a 7%. São Paulo é uma cidade corporativa, com feiras, eventos e congressos. Só na cidade de São Paulo há 1.250 eventos que acontecem por semana, em média, dentro dos hotéis, independente dos centros de convenções. E este mercado de feiras, congressos, reuniões e negócios migrou para antes e depois da Copa”, disse.
Marketing considerável
Para o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, a exposição dos atrativos do Brasil durante a Copa do Mundo deve influenciar positivamente as receitas de turismo.
De acordo com dados preliminares do BC, neste mês até o dia 18, as receitas de estrangeiros em viagem no Brasil chegaram a US$ 365 milhões.
Mas, de acordo com o chefe do departamento, o maior efeito da Copa deve ser observado em julho porque a maioria das despesas é feita no cartão de crédito (com pagamento posterior pelo turista).
No Rio
O Cristo Redentor, uma das sete maravilhas do mundo moderno, recebeu 60% mais visitantes do que o normal durante os primeiros dias da Copa do Mundo. Entre 15 e 22 de junho, 80.357 pessoas procuraram a atração turística mais conhecida do Rio de Janeiro, enquanto na semana anterior este número era de cerca de 50 mil.
A maioria dos turistas tem preferido acessar o Corcovado, onde está a estátua, por meio de vans: foram 55.998 no período. Outras 24.359 pessoas utilizaram o trem do Corcovado. O Pão de Açúcar, outro ponto turístico famoso da cidade, tem recebido 8 mil visitantes por dia nesta segunda semana de Copa do Mundo.
A prefeitura acredita que a projeção de 400 mil turistas estrangeiros na cidade durante o Mundial possa ser ultrapassada. “Os números registrados nos pontos turísticos e nos atendimentos nos postos de informação comprovam que o Rio é o coração da Copa do Mundo. Com o avanço das seleções sul-americanas, é possível que haja mais turistas estrangeiros do que o previsto inicialmente. Estamos observando que milhares de sul-americanos, mesmo sem ingressos, estão vindo curtir e sentir o clima da Copa na cidade”, avalia o secretário Especial de Turismo da cidade, Antonio Pedro Figueira de Mello.
Muitos turistas no Rio que dedicaram o dia 18 para conhecer o Cristo Redentor tiveram que esperar até três horas para conseguir subir de trem até a atração turística mais famosa da cidade.
Recorde em Brasília
Apenas nas primeiras duas semanas do Mundial, os Centros de Atendimento e Postos de Embaixadores do Turismo, instalados por todo o Distrito Federal (veja serviço abaixo), atenderam a mais de 27 mil pessoas, entre brasileiros e estrangeiros de 84 países. Para se ter uma ideia do que o número significa, a média em Brasília é de 3 mil atendimentos por mês e, durante toda a Copa, são esperados cerca de 80 mil estrangeiros na capital.
Para o secretário de Turismo do Distrito Federal, Luis Otávio Neves, a Copa do Mundo tem um efeito extremamente positivo para a capital. “Estamos em um momento único na história de Brasília. Temos turistas de mais de 80 países encantados com a capital do país e que voltarão para suas cidades falando muito bem de nossa cidade. Essa divulgação é imensurável e coloca Brasília em um novo patamar de turismo”, ressaltou.
Campinas
Portugal escolheu Campinas e a administração local já sente os impactos positivos. Para a diretora do Turismo da Câmara de Campinas, Alexandra Caprioli, em entrevista à Lusa, a visibilidade que a cidade teve com a presença da seleção portuguesa de futebol, esperando que esta traga mais contactos comerciais.
Reconhecendo que Campinas tem “um turismo muito ligado aos negócios, não é uma cidade turística”, Alexandra Caprioli disse que “há muitas empresas brasileiras interessadas em investir em Portugal e muitas empresas portuguesas que são fortes no Brasil” e que a presença da “equipe das quinas” pode melhorar esse intercâmbio comercial, com a cidade como eixo.
“Para nós, o mais importante foi a visibilidade. O fato de ter sido uma seleção muito acompanhada pela imprensa, devido ao Cristiano Ronaldo, captou o interesse dos próprios brasileiros e a divulgação do nome da cidade na Europa, através das mídiasportuguesas. Para nós, isso é uma coisa importante. Temos um voo direto para Lisboa, somos um porto de entrada para os europeus aqui no Brasil”.