Turismo lança site que personaliza oferta para distribuir turistas pela capital portuguesa

Mundo Lusíada
Com agencias

PortoLisboa_turismoA Associação de Turismo de Lisboa (ATL) vai lançar um ‘site’ para personalizar a oferta aos gostos dos visitantes, visando evitar a concentração de turistas e distribui-los melhor pela região, anunciou o diretor-geral da entidade.

“É um dos nossos projetos prioritários: a criação de uma plataforma bastante desenvolvida, que vai permitir fazer a promoção turística caminhar […] para uma promoção personalizada”, disse o diretor-geral da ATL, Vítor Costa, em entrevista à agência Lusa, sem, no entanto, avançar datas para a estreia do novo projeto.

O também presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa exemplificou que pode ser sugerido a um turista, alojado num hotel em Lisboa, que assista a um espetáculo de ballet em Oeiras, tendo em conta os seus gostos.

Para isso, será feito um “bilhete de identidade do turista”, que funcionará tanto para o ‘site’ como para a aplicação móvel associada à página na internet. “Tudo isto vai levar a que se consiga perceber quais os interesses” do visitante e ao mesmo tempo “saber onde estão muitos turistas, porque hoje com os ‘smartphones’ isso é possível”, indicou Vítor Costa.

O objetivo é, assim, canalizar turistas para locais da região de Lisboa onde a oferta turística não está muito desenvolvida, como para a Arrábida (Setúbal) e para os concelhos do Arco do Tejo (Seixal, Barreiro, Moita, Alcochete e Vila Franca de Xira).

“Podemos fazer isso ao nível da gestão turística, temos esse relatório concluído e agora vamos passar para a implementação. Não tenho condições para dizer o prazo [para o lançamento do ‘site’] porque depende de várias coisas e é evolutivo, mas vamos iniciar esse projeto”, garantiu.

Com este projeto, a ATL e a Entidade Regional de Turismo tencionam captar 139 mil turistas por ano.

Vítor Costa admitiu que, com a atividade turística se “sobrecarregam infraestruturas” e “há filas, às vezes, nalguns locais onde poderia não haver”, como no elevador de Santa Justa ou na Torre de Belém.

Por isso, defendeu que, além de uma melhor gestão dos fluxos turísticos, se devam “encontrar respostas adequadas para a gestão urbana”.

“É preciso manter a cidade limpa, arranjada, responder a esse acréscimo de peso que existe”, sustentou.

Esta seria também uma forma de responder a algumas das queixas dos moradores. “As Juntas de Freguesia e as Câmaras que beneficiam com o turismo têm de reforçar a limpeza para manter a cidade com uns ‘standards’ [padrões] aceitaveis”, defendeu António Campos Rosado, da Associação de Moradores da Baixa Pombalina.

O representante apontou também problemas como o aumento do tráfego no centro da cidade, nomeadamente de ‘tuk tuk’, e o fato de alguns turistas alugarem carros e estacionarem nos lugares de moradores.

Segundo António Campos Rosado, existem zonas da cidade “a entrar em ponto de ruptura” devido à pressão turística, como a Baixa, Chiado, Bairro Alto, Alfama, Sé e Mouraria.

“Prefiro mil vezes ver a cidade ocupada, com uma percentagem muito elevada de turistas, do que a ver ao abandono como estava há 10 anos”, rematou, falando numa maior utilização do espaço público e em horários mais alargados dos estabelecimentos desta zona da cidade.

A Câmara de Lisboa anunciou em julho estar a preparar um relatório para conhecer o impacto que o turismo na cidade, após o crescimento nos últimos anos.

Cruzeiros em Lisboa
Exemplificando esse aumento de turistas, o turismo de cruzeiros em Lisboa cresceu nos primeiros seis meses do ano quase 10% face a 2014, segundo o ministro da Economia, que defendeu uma forte aposta neste tipo de turismo.

Afirmando que o setor do mercado “está a recuperar” face ao ano passado, em que, pela primeira vez em muitos anos, esteve em queda, António Pires de Lima disse que a expectativa do Governo é que “Lisboa possa acolher 750 mil turistas de cruzeiros nos próximos cinco anos, por ano. O que significa um crescimento de 50% face à realidade de 2014”.

Para isso, irá contribuir o investimento que está a ser feito no futuro terminal de cruzeiros de Santa Apolónia e que terá um investimento privado na ordem dos 50 milhões de euros.

“Este tipo de turismo é cada vez mais interessante para uma cidade como Lisboa ou Porto. As indicações que temos indicam que 90% das pessoas que nos visitam ficam com uma forte intenção de regressar as estas cidades. Cada um deles gasta quase 200 euros experimentando diferentes tipos de atividades”, afirmou.

Por isso, “é um turismo que nos interessa muito desenvolver e que vai estar servido por um terminal novo, que iniciará a sua construção ainda este ano, e que estará pronto a tempo da abertura, que está prevista para 2016”, disse o ministro.

Afirmando que a “balança comercial do turismo teve sete mil milhões de euros positivos no ano passado”, o ministro salientou que o Governo “tem procurado fazer com que o turismo cresça em Portugal” porque é um setor que tem “equilibrado as contas”.

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