Turismo, hospitalidade e aviação são os setores econômicos mais afetados pelo Covid-19

Da Redação

Os principais setores afetados pela pandemia do novo coronavírus são turismo, hospitalidade e aviação. As ações dos dois primeiros caíram cerca de 70% no último mês e as de aviação em média 78%.

É o que aponta um estudo da Kantar, líder global em dados, insights e consultoria, que publicará a partir desta semana análises constantes sobre a evolução da doença e seus impactos no Brasil e no mundo.

Com a evolução do Covid-19 no Brasil, diversas projeções e estimativas foram revistas, setores da economia profundamente impactados e a vida das pessoas transformada com a adoção de medidas preventivas, incluindo a quarentena.

O vírus chegou ao Brasil e outros países no final de fevereiro e desde então vem se expandindo de forma progressiva e afetando diretamente o cotidiano das pessoas, transformando seus hábitos, atitudes e consumo. A situação deve agravar-se muito, já que é esperado um crescimento exponencial e que a crise dure cerca de 20 semanas.

Em termos econômicos, a expectativa é que haja uma eventual recessão, mas o impacto imediato já pode ser percebido. Se há quatro semanas o relatório Focus, do Banco Central, indicava um crescimento para 2020 da ordem de 2,23%, em 13 de março ele foi reduzido para 1,68%. Por enquanto, a previsão para 2021 permanece em 2,5%.

Além do turismo, hospitalidade e aviação, outros setores serão impactados, seja pelo abalo econômico chinês ou pelas medidas de quarentena. São eles: Commodities, Frigoríficos, Petróleo, Varejo, Restaurantes e Esportes.

A cesta de bens de consumo massivo (FMCG) também passou por transformações. As categorias de higiene e limpeza e de produtos alimentícios cresceram, com destaque para desinfetantes e snacks. Os hábitos em relação aos canais também tendem a mudar, com a diminuição das visitas aos pontos de venda e o aumento do e-commerce.

No Brasil, apesar do abastecimento inicial, o risco para o consumo FMCG é de recessão devido à pandemia. 77% dos consumidores afirmam estar muito preocupados com o Covid-19, principalmente no que se refere à saúde dos filhos (21% deles), sejam crianças ou adultos, à saúde dos idosos da família (17%) e à saúde das pessoas em geral (16%). 74% garantem sair apenas para o necessário, como bancos e supermercados, 67% deixaram de frequentar bares e restaurantes e 66% de ir a shoppings e parques.

Entre as atitudes que estão sendo consideradas, 27% buscam alimentos mais saudáveis e nutritivos, 21% alimentos frescos e os mesmos 21% produtos de limpeza, enquanto 20% pretendem estocar alimentos básicos e comprar remédios para gripe e resfriado.

No que se refere ao acesso à informação, 77% dos brasileiros confiam principalmente na TV para se atualizar sobre o coronavírus, 66% não estão cientes que alguns canais por assinatura estão abertos sem custo e 60% desconhecem o aplicativo com informações sobre a doença. Em contrapartida, 93% sabem que os campeonatos de futebol foram cancelados e 76% que museus, teatros e cinemas não funcionarão nos próximos dias.

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