Turismo faz Portugal ser 1º mercado para vinhos do Porto e Douro

É “muito importante” Portugal ser o primeiro mercado em valor para os vinhos do Porto e do Douro, pela primeira vez.

Da Redação
Com Lusa

Portugal foi o primeiro mercado em valor para os vinhos do Porto e Douro em 2017, com 170 milhões de euros, segundo o presidente da Associação de Empresas de Vinho do Porto (AEVP), o que classificou de “histórico” e em decorrência do turismo no país.

Dados divulgados pela AEVP indicam que Portugal é o “primeiro mercado em valor para o vinho do Porto e vinho do Douro, representando 170 milhões de euros”, dos quais 73,7 milhões de euros de vinho do Porto e 96,2 milhões de vinho do Douro.

António Saraiva considera “muito importante” o fato de Portugal ter sido o primeiro mercado em valor para os vinhos do Porto e do Douro, pela primeira vez.

“Em volume continua a ser o mercado francês, mas em valor [Portugal] teve na realidade um comportamento muito bom e que decorre, obviamente, do turismo que nos visita”, declarou António Saraiva, presidente da AEVP, classificando de “histórico” e um “sinal extremamente positivo” Portugal estar pela primeira vez à frente no que diz respeito ao mercado de valor.

As vendas da Região Demarcada do Douro (RDD) aumentaram 3,6% em valor e 2,2% em volume, com o vinho do Porto a aumentar em 1% o valor, mas com uma quebra de “1,7% em volume” (litros), uma tendência que a AEVP diz que é “fundamental inverter”.

“A sustentabilidade da região obriga a que seja feito um esforço coletivo de aumento das vendas em volume do vinho do Porto”, sublinhou António Saraiva adiantando que a AEVP apelou hoje ao Governo para que “desbloqueie as verbas existentes no tesouro, provenientes das taxas pagas pelo setor, para que possamos atribuir ao vinho do Porto um fundo promocional que possa fazer a diferença”.

Segundo António Saraiva, o que é preciso são fundos cativos pelo Governo, que são na ordem de mais de “oito milhões de euros acumulados” desde os últimos seis ou sete anos.

“O que é que a gente precisa? É fundos para isso e nós temos os fundos. Nós pagamos taxas, eles existem, agora como o setor está a passar algumas dificuldades, precisamos que nos deixem [leia-se Governo], usar o dinheiro que nós pagamos [leia-se dos saldos que ficam cativos no Instituto dos Vinho do Douro e Porto (IVDP)], para a promoção do vinho do Porto” e para “investigação”, com o objetivo de virar a perda de vendas nos últimos 20 anos.

A AEVP apelou também ao Governo para que resolva “de uma vez por todas” a “discriminação” que incide sobre as empresas que comercializam vinho do Porto e desafiando o IVDP a estar “ao serviço do setor e não a agir como mero organismo público do Ministério da Agricultura”

“Pagam as taxas mais elevadas, mas não recebem majoração do Governo nos programas de promoção como acontece com todos os outros”, crítica a associação, referindo que a Região Demarcada do Douro (RDD), é única, porque tem uma viticultura de montanha e tem uma vasta palete de vinhos reconhecidos de excelente qualidade.

“Tem vinhos brancos reconhecidos de excelente qualidade, tem vinhos tintos reconhecidos de excelente qualidade, tem colheitas tardias de qualidade, tem espumantes de excelente qualidade e que tem o chamado vinho do Porto com a sua gama imensa de reconhecida excelente qualidade”, enumera.

Em março de 2016, o primeiro-ministro, António Costa, assinalava a “importância” que o vinho do Porto tinha para o Governo e para a economia nacional, comprometendo-se a continuar a “valorizá-lo como grande produto bandeira” do país.

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