Turismo de Portugal: Companhia aérea TAP precisa de paz

Mundo Lusíada com Lusa

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal defendeu nesta quarta-feira a necessidade de “paz” na TAP para que a companhia aérea possa trabalhar, considerando ainda que a incerteza para 2023 é elevada.

O presidente da CTP, Francisco Calheiros, falava aos jornalistas no final de uma reunião com o Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa, que recebeu antes uma delegação da UGT, no Palácio de Belém, em Lisboa.

Precisando que a TAP ficou de fora dos temas abordados no encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, questionado sobre a polêmica com a ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis e ainda que se escusando a fazer comentários políticos, Francisco Calheiros considerou que estas “são questões que não devem beliscar a TAP, mas são questões que são desagradáveis”.

“A TAP precisa de paz para poder trabalhar”, disse, acrescentando que a companhia aérea “é muito importante para o turismo português”.

Na audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, a CTP manifestou, segundo Francisco Calheiros, a preocupação com a questão do aeroporto.

“Viemos abordar o assunto do aeroporto, que é um assunto que o senhor Presidente da República permanentemente está preocupado e que a nós nos preocupa muito. É neste momento, talvez, o principal problema que temos”, afirmou.

Na agenda da audiência esteve ainda o balanço dos números do turismo este ano, mas também as perspectivas para 2023.

“Para 2023 só temos uma certeza, que é a incerteza. […] Como há reservas de última hora, não há dúvida de que é muito difícil ter uma previsão do que pode ser o ano de 2023. Se fosse igual ao ano de 2022 seria uma ótima notícia”, afirmou.

Além de Francisco Calheiros faziam ainda parte da comitiva o vice- presidente do conselho diretivo da CTP, Carlos Moura (presidente da AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal), e o vogal do conselho diretivo da CTP Pedro Costa Ferreira (da APAVT – Associação Portuguesa das Agências das Viagens e Turismo).

Na quinta-feira, o Presidente da República recebe ainda a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN) e a Confederação Empresarial de Portugal (CIP).

Presidente acredita

Também neste dia 28, o Presidente afirmou que acredita no ministro das Finanças quando Fernando Medina disse desconhecer a indenização paga pela TAP a Alexandra Reis na altura em que esta foi convidada para ser secretária de Estado do Tesouro.

“Eu acredito quando os ministros dizem que não sabiam”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente da República foi também questionado se seria possível dar posse ao novo secretário de Estado antes de viajar para o Brasil, na sexta-feira. “Não acredito que seja possível dar posse amanhã [quinta-feira]”, indicou.

Já o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) pediu a demissão dos presidentes do Conselho de Administração da TAP, Manuel Beja, e da Comissão Executiva, Christine Ourmières-Widener, devido à polêmica indenização que provocou demissões no Governo.

Reagindo à demissão do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, na quarta-feira à noite, para “assumir a responsabilidade política” da atribuição da indenização de 500 mil euros da TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro,o presidente do SPAC, Tiago Faria Lopes, afirmou que o governante “assumiu finalmente” a responsabilidade política deste caso.

“Mas não é só a responsabilidade politica que está em causa. Há uma outra responsabilidade, que é uma responsabilidade operacional, empresarial, nomeadamente porque há dinheiros públicos” neste caso da indenização da TAP, afirmou Tiago Faria Lopes em declarações à Lusa, precisando estar a referir-se aos “dois players” que ainda estão na TAP, a CEO, Christine Ourmières-Widener, e o ‘chairman’, Manuel Beja.

“Por uma questão de solidariedade, e de lealdade para com o ministro [Pedro Nunes], se o ministro se demite, naturalmente, que todos esperamos que os mesmos [CEO e ‘chairman’] se demitam”, disse, enumerando as razões pelas quais defende estas duas demissões na companhia aérea.

Primeiro, “devido a estes escândalos todos” relacionados com a TAP; em segundo, devido à mentira que escreveram” à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Se mentem à CMVM, que é o órgão regulador, garantidamente mentem aos contribuintes e aos trabalhadores da TAP Air Portugal”, defendeu.

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