Da Redação
Com Lusa
O atual executivo regional acredita que o turismo irá continuar a ter um “peso crescente na economia” dos Açores, enquanto a Associação da Hotelaria de Portugal defende a importância de aumentar a duração da estadia média no arquipélago.
“Que o turismo continuará a ter um peso crescente na economia, não temos dúvidas. E que isso continuará também a representar mais emprego para os nossos jovens, de todas ilhas, como assim se tem visto nos últimos anos”, afirmou a secretária regional da Energia, Ambiente e Turismo, Marta Guerreiro.
A secretária regional assinalou que as “perspetivas turísticas” da região continuam a ser “positivas”, prevendo uma “retoma gradual” – após a quebra provocada pela covid-19 – a partir de 2021.
“As perspectivas turísticas para o destino continuam a ser positivas para os anos vindouros, mas é inegável que 2020 vai ser um ano de quebra significativa”, assinalou.
A “chave para o sucesso do turismo nos Açores”, disse, é que a “tendência global” do setor turístico para os próximos anos vai ao encontro da oferta da região.
“Depois da experiência pandêmica vivida vai haver lugar para um turismo diferente. Um turismo com novas oportunidades e desenvolvimentos para destinos não massificados, exclusivos e sustentáveis, tal como acontece com o nosso”, afirmou.
A secretária regional relevou que os Açores trilharam um “caminho de consolidação, de afirmação” no mercado turístico ao longo dos últimos quatro anos, tendo alcançado “notoriedade” junto de “mercados importantes”, como a Europa e a América do Norte.
Segundo Marta Guerreiro, caso não fosse a pandemia da covid-19, 2020 seria um “ano de recordes e de crescimento significativo” nos indicadores turísticos na região.
“Os Açores tinham vindo a acumular recordes praticamente em todos os indicadores turísticos desde 2015, mas em especial nesses anos, 2016 a 2019, foi um período em que se registou um crescimento superior a um milhão de dormidas”, disse.
Para a “notoriedade” do destino Açores, a governante destacou a “importância da certificação” de primeiro arquipélago sustentável do mundo, atribuída em dezembro de 2019 pelo Global Sustainable Tourism Council.
Marta Guerreiro assinalou também que iniciou a legislatura perante “críticas bastante fortes quanto ao défice” na formação dos profissionais do turismo, mas que, quatro anos depois, foi possível “acabar a legislatura com centenas de pessoas formadas nas diversas ilhas e em várias áreas”.
Segundo o delegado da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) nos Açores, Fernando Neves, “facilmente se diz” que o balanço do setor do turismo nos últimos quatro anos é “muito positivo”.
“Nestes quatro anos houve um trabalho positivo no precaver do futuro. Todo o projeto em torno da sustentabilidade é um projeto com futuro, é um legado que é deixado por esta secretaria e é um legado importante”, afirmou o empresário.
Para o futuro, Fernando Neves disse ser “prioritário” manter a “capacidade produtiva” e “mudar o paradigma das férias” na região, sendo “importante aumentar a estadia dos turistas”, uma vez que a estadia média nos Açores está “abaixo dos três dias”.
O representante da AHP salientou que a oferta turística da região se enquadra “com as novas expectativas turísticas nessa fase de pandemia”, frisando a “importância” de captar novos mercados.
“Vai haver uma maior perca do poder de compra nas famílias, vai haver desemprego e dificuldades econômicas. É importante chegarmos a faixas do mercado com maior capacidade de continuar a fazer férias”, declarou.
Durante o mês de agosto de 2020, nos Açores, as dormidas na hotelaria tradicional, no turismo no espaço rural e no alojamento local foram cerca de 163 mil (valor 2,4 vezes superior a julho).
Em agosto de 2019, existiram 446,5 mil dormidas na região, um valor superior 14,7% face ao período homólogo de 2018.
As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro.
Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).