Da Redação
Com Lusa
O ano letivo retomou neste dia 06, como previsto, na Escola Portuguesa de Macau, duas semanas depois da passagem do pior tufão dos últimos 53 anos, que causou prejuízos de 104 mil euros no estabelecimento de ensino, informou a direção.
“Neste momento apontamos para um prejuízo na ordem de um milhão de patacas [104 mil euros]”, disse à agência Lusa, o diretor da Escola Portuguesa de Macau, Manuel Machado.
O mesmo responsável salientou o apoio disponibilizado, “desde o primeiro momento, pela Direção dos Serviços de Educação e Juventude e pelo conselho de administração da Fundação Escola Portuguesa de Macau para ajudar no que for necessário para estes trabalhos de reconstrução e reparação”.
“O que falta fazer é a substituição dos vidros partidos porque há escassez de vidros. (…) Há muita gente a precisar de vidros. Já foram encomendados, e o que está previsto é serem todos colocados ao mesmo tempo quando vierem. Há algumas janelas sem vidros, há vidros que faltam também na cantina, mas o funcionamento da cantina está assegurado”, explicou Manuel Machado.
“Julgo que até ao final deste mês, os [trabalhos de reparação] estejam concluídos”, observou.
O diretor da Escola Portuguesa adiantou também que os dois muros exteriores da escola derrubados pelo tufão já foram reconstruídos, mas que “ainda têm de ser pintados e têm que ser colocadas grades que também foram danificadas” pelo Hato.
Um desses muros tinha, no final de maio, sido objeto de uma intervenção do artista português Vhils. A direção da escola já informou o artista da queda do mural, mas não foram estabelecidos mais contatos no sentido de, no futuro, Vhils realizar novo trabalho naquele espaço. “Isso ainda não foi conversado”, disse Manuel Machado.
O mesmo responsável afirmou que o novo ano escolar arrancou hoje “da melhor maneira” para os 574 alunos inscritos entre o 1.º e 12.º ano, depois de realizadas algumas obras na escola.
“Felizmente, conseguimos em tempo útil fazer todos os trabalhos de reconstrução e reparação necessários ao arranque do ano letivo sem pôr em causa a data previamente acordada”, afirmou.
Não houve necessidade de nenhuma medida extra porque “todos os espaços por onde circulam professores, alunos e funcionários estão devidamente seguros”, observou.
“De manhã, as crianças do primeiro ciclo foram recebidas pelos seus professores e estão ainda em atividades. Às 10:00 [03:00 em Lisboa] houve uma reunião geral dos alunos do segundo e terceiro ciclos do ensino secundário com a direção da escola e posteriormente foram recebidos pelos diretores de turma. Portanto, decorreu da melhor maneira, e as atividades estão agora em curso”, afirmou.
Além de algumas janelas e portas partidas e queda de muros, quase todas as árvores nos pátios da escola foram arrancadas pelo tufão, que também causou danos nos ares condicionados e sistemas de ventilação.
O tufão Hato, que atingiu Macau em 23 de agosto, causou dez mortos e mais de 240 feridos, além de avultados estragos no território ainda por avaliar. A Escola Portuguesa de Macau celebra, no próximo ano letivo, o vigésimo aniversário.
Governo faz estimativa
O chefe do Executivo da região divulgou nesta quarta-feira que o tufão causou prejuízos de 11,4 mil milhões de patacas (1,2 mil milhões de euros) à passagem por Macau, e inclui prejuízos diretos e indiretos.
Chui Sai On falava numa conferência de imprensa que contou com a presença dos secretários das cinco tutelas do Governo, tendo referido que esta é uma estimativa preliminar da Direção dos Serviços de Finanças.
“Em relação aos prejuízos diretos, neste momento estimamos em 8,3 mil milhões, e [os prejuízos] indiretos em 3,16 mil milhões, e por isso, em soma, temos 11,4 mil milhões”, afirmou Lionel Leong.
“Mas estes são cálculos provisórios. Algumas empresas ainda não conseguiram recuperar os seus negócios. Através dos diferentes setores, através dos diferentes mecanismos de serviços públicos, estamos a continuar a recolher todos estes dados para poder ter dados mais definitivos”, acrescentou.
Após a passagem do tufão, o Governo de Macau criou um subsídio de 50 mil patacas (de 3,1 mil para 5,2 mil euros) para ajudar as Pequenas e Médias Empresas a fazer face aos estragos causados pelo tufão Hato. Além deste abono, o Governo criou também uma linha de crédito, sem juros, para as PME afetadas até ao montante máximo de 600 mil patacas (cerca de 63 mil euros).
Lionel Leong disse que até dia 05 de setembro, foram recebidos 10.544 pedidos de abonos, dos quais foram aprovados 3.146, envolvendo um montante de 157,3 milhões de patacas (16,3 milhões de euros).