Mundo Lusíada
Com Lusa
Três projetos portugueses, um desenhado para a China por Siza Vieira, outro em Portugal pelo ateliê Spaceworkers e outro em Cabo Verde pelo ateliê OTO estão entre os vencedores do Prêmio Internacional Archdaily Building of the Year 2015.
Os vencedores nas 14 categorias foram anunciados em 05 de fevereiro pela organização, após uma segunda fase de votação ‘online’ em que nove projetos portugueses estavam entre 70 finalistas escolhidos num universo de 3.500 projetos de todo o mundo.
Os projetos portugueses venceram nas categorias de Escritório (“The Building on the Water”, na China, desenhado por Álvaro Siza Vieira e Carlos Castanheira), em Arquitetura Cultural (ateliê OTO para o Parque Natural do Fogo, em Cabo Verde), e Casas (Sambade, em Portugal, do ateliê Spaceworkers).
Fundada em 2008, a Archdaily é uma plataforma online de informação e divulgação da arquitetura que contabiliza 350 mil visitas diárias e atribui anualmente este prêmio a projetos que se estacam pela inovação espacial, social, material e técnica.
Na lista de 70 finalistas estavam nove projetos de arquitetos portugueses desenhados para o país ou para o exterior. Além dos vencedores, eram finalistas, na categoria Habitação, a DM2 Housing do ateliê OODA, e na categoria de Hospitalidade o White Wolf Hotel, do atelier AND-RÉ, a Casa no Tempo dos arquitetos Aires Mateus e de João e Andreia Rodrigues, e o Ozadi Hotel, de Pedro Campos Costa.
Também em Portugal eram finalistas os projetos JA House, de Filipe Pina e Maria Inês Costa na categoria de Remodelação, e o Centro de Artes Nadir Afonso, por Louise Braverman na categoria Arquitetura Cultural.
Para Nuno Lobo, o prêmio internacional atribuído ao primeiro projeto de Siza Vieira na China “é uma boa notícia” para as dezenas de arquitetos portugueses que trabalham no país.
“O prêmio da ‘Archdaily’ mostra que a arquitetura portuguesa tem valor e que vale a pena as empresas investirem em arquitetos portugueses”, acrescentou aquele jovem arquiteto, realçando que o site da premiação é “muito conhecido entre os arquitetos”.
Destruído no Fogo
O projeto do ateliê OTO para o Parque Natural do Fogo foi inaugurado em março do ano passado, mas foi destruído em novembro pela erupção vulcânica que afetou a ilha de Cabo Verde.
No projeto estiveram envolvidos André Castro Santos, Nuno Teixeira Martins, Miguel Ribeiro de Carvalho e Ricardo Vicente. Em declarações à Lusa, André Castro Santos contou que o projeto “foi muito especial”.
“Começou com um concurso internacional que nós ganhamos em 2007. Era um concurso de ideias desenvolvido por nós com a ajuda das pessoas que estavam envolvidas no Parque Natural do Fogo, a cooperação alemã e da população, que ficou muito sensibilizada”, indicou.
Explicou que o ateliê tentou desenvolver algumas valências no edifício que pudessem ser úteis para a população. “Estivemos envolvidos pessoalmente neste projeto. Já passaram sete anos desde que ganhamos o concurso. Foi inaugurado em março de 2014, foi um projeto muito especial. Temos muita pena que tenha tido aquele fim”, salientou.
Apesar de ainda ser cedo para se falar na construção de um novo edifício, o arquiteto da OTO tem esperança de que isso possa vir a acontecer no futuro. “Pode ser que reconstruam noutra zona. Ficou quase completamente destruído. É possível que, com um novo financiamento, consigam reconstruir noutro local”.