Da Redação
Com Lusa
A diretora-geral da Saúde admitiu nesta quarta-feira que Portugal tem transmissão comunitária do vírus que provoca a doença da covid-19, mas assegurou que não está descontrolada.
“Temos transmissão comunitária, não exuberante, não descontrolada, mas temos”, afirmou Graça Freitas na conferência de imprensa diária que se realiza no Ministério da Saúde, em Lisboa.
A diretora-geral da Saúde disse ainda que a partir da meia-noite vai entrar em funcionamento um novo plano para abordar a covid-19.
“Vamos passar das medidas da fase de contenção para as medidas da fase de mitigação. Como em todas as mudanças, a fase de transição pode ter alguma turbulência” porque “não se muda de paradigma assistencial de um dia para outro sem que exista turbulência”.
A partir das 00:00 hospitais e centros de saúde vão ter que se adaptar a novas regras para responder a esta fase.
O número de mortes associadas ao vírus que provoca a covid-19 subiu para 43 em Portugal, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), num boletim que registra 2.995 casos de infecção.
Acima dos 80 anos
Mais de metade dos óbitos associados à covid-19 em Portugal são de pessoas com mais de 80 anos, segundo o boletim da DGS, que registra 25 mortes nesta faixa etária.
Os dados da DGS indicam que morreram 13 homens e 12 mulheres (58,1% do total) com idades acima dos 80 anos.
Entre os 70 e 79 anos as autoridades registraram sete óbitos (homens), o mesmo número da faixa etária dos 60 aos 69 anos.
Os doentes mais novos com morte associada à covid-19 tinham entre os 50 e os 59 anos (três homens e uma mulher).
O boletim epidemiológico regista um total de 43 mortos – mais 10 do que na terça-feira -, dos quais 20 na região Norte, 10 na região Centro, 12 na região de Lisboa e Vale do Tejo e uma no Algarve.
Das 2.995 pessoas infetadas pelo novo coronavírus (mais 633 do que na terça-feira), a grande maioria (2.719) está a recuperar em casa, indica a DGS, que regista 276 pessoas internadas (mais 73), 61 das quais em Unidades de Cuidados Intensivos (mais 13).
Desde 01 de janeiro foram registados 21.155 casos suspeitos, dos quais 1.591 aguardam resultado laboratorial. Houve ainda 16.569 casos em que os testes não confirmaram a infeção e 22 doentes que já recuperaram.
O boletim da DGS indica que há 13.624 contatos em vigilância pelas autoridades de saúde.
A região Norte continua a registar o maior número de infeções, totalizando 1.517, seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo (992), da região Centro (363), do Algarve (62) e do Alentejo (12).
Há 16 casos na Madeira e 17 nos Açores. O boletim dá ainda conta de 11 infetados que têm residência no estrangeiro.
Os dados indicam que há 46 casos que resultam da importação do vírus de Espanha, 30 de França, 20 de Itália, 13 da Suíça, 12 do Reino Unido, seis dos Países Baixos, cinco do Brasil, cinco de Andorra, quatro da Áustria, três dos Emirados Árabes Unidos, três da Índia, dois da Alemanha, um da Bélgica, um da Alemanha e Áustria, um do Irão, um do Egito, um da Dinamarca e outro da Argentina.
Quanto à distribuição do número de infetados por faixas etária, são 551 os casos confirmados em pessoas entre os 40 e os 49 anos, seguindo-se dos 50 a 59 anos (535) e os doentes com idades entre os 30 e os 39 (490).
Entre os 60 e 69 anos há 424 doentes infetados e entre os 70 e 79 estão registados 276 doentes. O boletim regista ainda 260 pessoas acima dos 80 anos infetadas com o novo coronavírus.
Entre os mais jovens, há 348 com idades entre os 20 e 29 anos e 77 entre os 10 e os 19 anos. Até aos nove anos de idade há registo de 34 crianças com Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.
Segundo a DGS, só existe informação reportada sobre sintomas em 52% dos casos confirmados. Nesses, 62% têm tosse, 51% dos doentes apresentam febre, 36% dores musculares, 28% cefaleias, 23% fraqueza generalizada e 19% dificuldade respiratória.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados da Covid-19 foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 19.000 morreram.