Da Redação
Com Lusa
A Torre de Belém, em Lisboa, que celebra 500 anos do início da sua construção, é utilizada pelos emigrantes como uma forma de relembrar a cidade e o país.
“Muitos emigrantes adotaram este como o seu símbolo do país”, afirmou Isabel Cruz Almeida, diretora da Torre de Belém e do Mosteiro dos Jerónimos.
A responsável falava à agência Lusa após a apresentação do programa de comemorações dos 500 anos do início da construção da Torre, marcada também pela inauguração da exposição “A magnífica e formosa torre”, patente em painéis no exterior do monumento, que conta a sua história e da zona envolvente.
Isabel Cruz Almeida exemplificou que “no verão e no Natal, assim como muitos deles [emigrantes] vão a Fátima, também vêm aqui à Torre”, passando ainda pelo Mosteiro dos Jerónimos e pelos Pastéis de Belém. “É uma forma de os aproximar” do país, adiantou.
Visão semelhante tem o diretor-geral do Patrimônio Cultural, Nuno Vassallo e Silva, que considerou que “a Torre de Belém é um ícone da cidade de Lisboa”, sendo também “facilmente identificável”.
Também presente na cerimônia, a vereadora da Cultura da Câmara de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, anunciou que as festas da cidade de 2015 englobarão estas celebrações, através das marchas populares e da ação de encerramento, que será feita no jardim em frente à Torre.
Já o presidente da Junta de Freguesia de Belém, Fernando Ribeiro Rosa, disse à Lusa que a Torre estará representada no novo brasão da autarquia.
O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, argumentou na sua intervenção que a Torre de Belém começou “com uma competência militar”, já que foi construída por ordem de D. Manuel I para funcionar como defesa da Barra do Tejo, sistema delineado por D. João II. Entre 1514 e 1519, foi edificada e desenhada pelo arquiteto militar Francisco de Arruda.
Porém, com o passar do tempo “passou para lá da sua estrutura física […] e transformou-se numa estrutura representativa e simbólica” do país, sustentou.
Na cerimônia foi ainda apresentado um postal da Torre. Em junho, será lançada uma coleção de selos alusivos à celebração.
A Direção-Geral do Patrimônio Cultural divulgou na quinta-feira que entre o final de dezembro e durante o ano de 2015 serão feitas várias iniciativas “na tentativa de chamar a atenção dos portugueses, do numeroso público estrangeiro que a visita, de historiadores e de outros investigadores para a significativa história deste monumento, Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1983, hoje emblema da cidade de Lisboa e de Portugal”.
Da lista de atividades destacam-se ainda o lançamento de um álbum sobre o monumento, com a autoria de José Manuel García, na quinta-feira, e o ciclo de “Conversas sobre a Torre de Belém”, que decorrem entre dezembro e junho de 2015.
De abril a junho de 2015 haverá uma exposição de pinturas, gravuras e ‘memorabilia’ sobre o monumento, no Mosteiro dos Jerónimos. Entre maio a julho realizam-se concertos no interior da Torre.
As comemorações encerram em outubro, com o congresso internacional “Sphera Mundi – Arte e cultura no tempo dos Descobrimentos”, que decorre do dia 13 e ao dia 15.