Da redação com Lusa
Todas as regiões de Portugal registraram uma redução do índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 nos últimos dias, com exceção do Norte, que é a única que apresenta um valor superior a 1.
Segundo o relatório sobre a curva epidêmica do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) hoje divulgado, a região Norte registrou uma média a cinco dias do Rt – que estima o número de casos secundários de covid-19 resultantes de uma pessoa infetada — de 1,01.
Já o Centro passou de um Rt de 1,10 para 1,0, tendo-se registrado em Lisboa e Vale do Tejo uma ligeira redução neste indicador de 0,94 para 0,93, indicam os dados do INSA.
O Alentejo e a Madeira foram as duas regiões que reduziram o Rt para menos do limiar de 1, tendo a região continental baixado de 1,02 para 0,98 e a região autónoma de 1,08 para 0,82.
De acordo com o relatório do INSA, no Algarve este índice encontra-se agora fixado em 0,91, quando na semana anterior estava nos 0,95, e os Açores registam 0,71, o mais baixo entre as várias regiões do país.
“Verifica-se que Portugal apresenta uma taxa de notificação acumulada de 14 dias entre 240 a 479.9 casos por 100 mil habitantes, com tendência decrescente. Na mesma situação que Portugal estão Chipre, Grécia, Islândia e Espanha”, adianta ainda o INSA.
A nível nacional, Portugal apresentou uma média a cinco dias de 1.905 infecções, uma redução face aos 2.175 casos diários registados na semana anterior.
Vacinados
Mais de 29 mil pessoas com a vacinação completa contra a covid-19 foram infetadas com o vírus SARS-Cov-2, o que representa 0,4% do total de vacinados, e 309 morreram.
“Desde o início do processo de vacinação contra a covid-19, foram identificados 29.373 casos de infeção por SARS-CoV-2 entre 6.824.392 indivíduos com esquema vacinal completo contra a covid-19 há mais de 14 dias (0,4%)”, indica o relatório das “linhas vermelhas” da pandemia da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Segundo o documento, entre as pessoas reinfectadas, mais de 400 foram internadas com diagnóstico principal ou secundário de covid-19, sendo que mais de metade – 59% – tinham mais de 80 anos.
“Entre os 29.373 casos de infecção por SARS-CoV-2 em pessoas com esquema vacinal completo contra a covid-19 há mais de 14 dias, registaram-se 309 óbitos por covid-19 (1,1%), dos quais 239 óbitos (77,3%) em pessoas com mais de 80 anos”, referem a DGS e o INSA, que avançam ainda que, entre 01 e 30 de junho, os “casos com esquema vacinal completo apresentaram um risco de hospitalização cerca de cinco a dez vezes inferior aos casos não vacinados”.
De acordo com os mesmos dados, em agosto, faleceram 96 pessoas (50%) com a vacinação completa, 63 (40%) não vacinadas e 18 óbitos (10%) com vacinação incompleta.
“A população mais vulnerável encontra-se quase totalmente vacinada, pelo que é esperado que a proporção de casos com esquema vacinal completo no total de óbitos aumente. No entanto, o risco de morte, que é medido através da letalidade por estado vacinal, é três a sete vezes menor nas pessoas com vacinação completa do que nas pessoas não vacinadas, de acordo com os dados de julho, mês com os dados consolidados mais recentes”, assegura o relatório.
As “linhas vermelhas” concluem ainda que se regista em Portugal uma tendência estável a decrescente na pressão sobre os serviços de saúde e na mortalidade por covid-19.
O número de pessoas internadas em cuidados intensivos no continente correspondeu a 55% do valor crítico definido de 255 camas ocupadas, inferior aos 49% da semana anterior, com 140 doentes nestas unidades na quarta-feira.
No que se refere aos testes, a proporção de positivos foi de 4% (na semana anterior tinha sido de 4,4%), tendo-se registado uma diminuição do número despistes nos últimos sete dias – 346.320 contra os 369.637 feitos na semana anterior.
Relativamente à incidência de novas infeções, a taxa a 14 dias está nos 294 casos por 100 mil habitantes em Portugal, com uma tendência estável, sendo o grupo etário dos 20 aos 29 anos o que apresenta valores mais elevados, com 695 casos por 100 mil habitantes.
“A mortalidade específica por covid-19 registou um valor de 14,6 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, que corresponde a um decréscimo de 5% relativamente à semana anterior. Este valor é inferior ao limiar de 20 em 14 dias por um milhão de habitantes, definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC)”, refere o relatório.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.772 pessoas e foram contabilizados 1.042.144 casos de infecção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.