Timor-Leste é o mais competitivo da CPLP na área fiscal, Brasil é o pior

Mundo Lusíada
Com agencias

Uma das principais obras do arquiteto brasileiro, Palácio da Alvorada em Brasília, residência da Presidência da República do Brasil.
Palácio da Alvorada em Brasília. Sistema fiscal é pior no Brasil.

Timor-Leste é o mais bem classificado na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) no que se refere a competitividade fiscal, ocupando o 81º lugar, conclui o relatório ‘Paying Taxes 2014’, tendo o Brasil o pior resultado.

De acordo com o relatório da PwC que analisa a competitividade fiscal em 189 economias, Timor-Leste ocupa o 81º lugar no conjunto dos três indicadores selecionados pela equipe de consultores: taxa total de tributação, número de horas despendida com as obrigações fiscais e os números de pagamentos necessários.

Cabo Verde, no 80º lugar, e Portugal, no 81º, compõem a lista dos três países da CPLP mais propícios às empresas nestas matérias, seguidos de Moçambique (129º), Guiné Bissau (153º), Angola (155º), São Tomé e Príncipe (156º) e, em último lugar, o Brasil (159º).

A grande vantagem de Timor-Leste face aos outros países reside na taxa total de tributação, que está nos 11%, sendo a segunda mais favorável às empresas a taxa em São Tomé, com 32,5%.

O país asiático é o terceiro melhor em termos de número de pagamentos exigidos (18), num campo onde Portugal lidera, com apenas 8 pagamentos, e está a meio da tabela no número de horas necessárias ao cumprimento das obrigações fiscais (276), numa tabela liderada por Cabo Verde, onde as empresas demoram 186 horas, em média.

O relatório Paying Taxes vai na sua oitava edição e é um dos elementos levados em análise na elaboração do relatório mais global Doing Business, organizado pelo Banco Mundial e pela Corporação Internacional de Finanças, em parceria com a PwC, que mede o ambiente empresarial na grande maioria das economias mundiais.

O documento avalia os sistemas fiscais das jurisdições abrangidas do ponto de vista das pequenas e médias empresas, dando também realce aos seus custos no cumprimento de obrigações fiscais acessórias e regulatórias, tendo por base um estudo de caso apresentado pelos especialistas de todas estas economias.

De acordo com o relatório ‘Paying Taxes 2014’, as empresas apresentam, em média, um ataxa total de tributação de 43,1% dos lucros, sendo que no relatório do ano passado este valor estava nos 44,7%.

“Desde o primeiro relatório para o qual a PwC contribui (Paying Taxes 2007), a taxa total de tributação caiu aproximadamente um ponto percentual ao ano”, lê-se na análise que a consultora faz das conclusões. Por outro lado, continua a análise, as empresas nas 189 economias analisadas “despendem 268 horas no cumprimento das suas obrigações fiscais (menos 1 hora que no relatório do ano passado, e menos 55 horas do que desde o início deste projeto”, em 2007.

PME

Portugal, Brasil e Cabo Verde são as economias da CPLP melhor colocadas no estudo do Banco Mundial, designado ‘Doing Business’, sobre as pequenas e médias empresas (PME) privadas.

Este ‘ranking’ mede e identifica mudanças em regulações incidentes sobre as PME, a operar na principal área econômica de cada país, reclamando ser um indicador sobre a melhoria da regulação e não sobre menos regulação, e reúne 189 economias mundiais.

As classificações atribuídas visam realçar a facilidade de fazer negócios, a criação de regulações que facilitem a interação no mercado e protejam importantes interesses públicos sem prejudicar sem necessidade o desenvolvimento do setor privado, assegura o Banco Mundial.

Nesta pesquisa, Portugal surge no 31º posto, que corresponde também à 13ª posição no conjunto das economias da União Europeia, seguido por Brasil (116º), Cabo Verde (121º) e Moçambique (139º).

Já no grupo dos últimos estão os outros estados da CPLP, com São Tomé e Príncipe em 169º, Timor-Leste em 172º, Angola em 179º e Guiné-Bissau no lugar seguinte.

O ‘ranking’ é liderado por Singapura, Hong Kong e Nova Zelândia, contando ainda nos cinco primeiro com EUA e Dinamarca, que surge como a primeira economia da UE, e encerrado por República do Congo (185º), Sudão do Sul (186º), Líbia (187º), República Centro Africana (188º) e Chade (189º).

A análise assenta em dez conjuntos temáticos: iniciar um negócio, obter licenças de construção, obter eletricidade, registrar propriedade, obter crédito, proteção de investimentos, pagar impostos, fazer comércio internacional, aplicar contratos (disputas em justiça), e encerramento de empresas.

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