Da Redação
Com EBC
A programação comemorativa dos 110 anos de fundação do Theatro Municipal do Rio de Janeiro começará às 13h do próximo dia 14, culminando com a estreia, às 17h, da ópera Fausto, de Charles Gounod.
O presidente do teatro, Aldo Mussi, destacou que, seguindo a tradição, a comemoração do aniversário terá o Municipal de Portas Abertas, com toda a programação franqueada ao público.
As atrações terão início do lado de fora, com apresentação da Banda dos Fuzileiros Navais, às 13h. Na sequência, dentro do teatro, uma série de intervenções artísticas ocorrerá no hall de entrada, na escadaria interna, no salão nobre. O público será brindado com solistas do coro, cantando árias de óperas famosas, bailarinos dançando A Morte do Cisne, apresentação dos quartetos de cordas e flautas. “Vai ter uma ocupação lírica na Escola de Dança Maria Oleneva, depois a gente entra para o palco e faz uma pequena cerimônia dos 110 anos”, disse Mussi.
Homenagens
Durante a solenidade, serão homenageados funcionários de cada segmento artístico do Theatro Municipal. Pela orquestra, por exemplo, o homenageado será o maestro Henrique Morelenbaum; pelo balé, a ex-primeira bailarina Cristina Martinelli; pelo coro, o casal de cantores Lauricy e Victor Prochet; e pela equipe técnica, os ex-servidores da casa Alda e Jorge Dias.
Haverá ainda menção póstuma ao funcionário Neilton Serafim Ferreira, que era o locutor e administrador do teatro. Em sequência, haverá a ópera “e bolo no final”, afirmou Aldo Mussi. Todos os ex-presidentes da casa serão convidados a participar dos festejos. “Vamos brindar os 110 anos desta casa”.
Os funcionários participarão das atividades vestindo a camiseta do Theatro Municipal. Mussi informou que, a partir do aniversário, toda a programação, até o fim do ano, manterá sempre espetáculos a R$ 1 aos domingos, às 11h; e a preços populares, no mesmo dia, às 17h, seja para balés ou óperas.
“Os espetáculos não param”, disse o presidente. Em agosto, por exemplo, haverá um concerto sinfônico; em setembro, será a vez do balé Copélia; em outubro, a ópera Orfeu, de Philip Glass; em novembro, ópera de Tchaikovsky; e, em dezembro, o balé O Quebra Nozes.
Ópera Fausto
A ópera Fausto, obra-prima de Charles Gounod, ausente dos palcos cariocas há quase meio século, vai encerrar as comemorações dos 110 anos do Theatro Municipal no dia 14 de julho. A apresentação será às 17h sob a direção musical do maestro norte-americano Ira Levin.
A montagem da ópera é do diretor artístico do Municipal, André Heller-Lopes.
O espetáculo chega ao Rio de Janeiro antes de seguir roteiro internacional. Em novembro, o espetáculo vai encerrar a temporada do Theatro Municipal de Santiago, a ópera nacional do Chile, celebrando parceria entre teatros do Brasil e da América Latina. Na versão carioca, a ópera terá coreografia inédita para o balé de A noite de Walpurgis, assinada pelo coreógrafo paulista Luiz Fernando Bongiovanni. Renato Theobaldo assina a cenografia de toda a ópera; Sofia Di Nunzio os figurinos, e Fábio Retti a iluminação. No papel título de Fausto, estará o tenor Atalla Ayan.
A ópera Fausto é baseada na obra homônima do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe. Sua estreia ocorreu no Théâtre Lyrique de Paris, em 19 de março de 1859. A atração tem duração de três horas.
Além da sessão no dia do aniversário (14), haverá mais seis apresentações ao longo do mês de julho. Nos dias 21 e 28, a ópera poderá ser assistida às 17h; nos dias 17, 19, 24 e 26 de julho, às 19h.
Na apresentação do dia 14, a entrada é gratuita. Nos demais dias, os preços variam de R$ 10 a galeria lateral e R$ 20 a galeria e o balcão superior lateral, até R$ 360 para frisas e camarotes para seis pessoas.
O Theatro Municipal, inaugurado em 14 de julho de 1909, é uma das mais importantes da América do Sul. Sua história mistura-se com a trajetória da cultura do País, tendo já recebido os maiores artistas internacionais, assim como os principais nomes brasileiros, da dança, da música e da ópera.
A ideia de um teatro nacional com uma companhia artística estatal já existia desde meados do século XIX e teve em João Caetano (1808-1863), entusiasta do teatro brasileiro, além empresário e ator, um de seus maiores apoiadores. O projeto, no entanto, só começou a ganhar consistência no final do século, com o empenho do dramaturgo Arthur Azevedo.
Para participar da decoração, foram convocados alguns dos mais ilustres e consagrados artistas da época, como Eliseu Visconti, Rodolfo Amoedo e os irmãos Bernardelli. Também foram recrutados artesãos europeus para a criação dos vitrais e mosaicos, e foi inaugurado pelo Presidente Nilo Peçanha e pelo Prefeito Sousa Aguiar no dia 14 de julho de 1909, quatro anos e meio após o início das obras.