Da Redação
Com Lusa
O Governo já iniciou o processo negocial com os novos acionistas da TAP, donos de 61% do capital, para ficarem com uma participação minoritária, e o Estado ser acionista maioritário, segundo o ministro do Planejamento e das Infraestruturas.
“Já começamos o processo negocial que necessariamente envolve os acionistas, mas que está em desenvolvimento e não quero falar dos detalhes do mesmo nesta fase”, afirmou Pedro Marques, à margem do 9º. Congresso Nacional da Contratação Pública Eletrónica, no ISCTE-IUL, em Lisboa, o primeiro ato público do governante.
Questionado pelos jornalistas sobre a reversão da privatização da TAP, Pedro Marques adiantou que o processo de negociação com os acionistas da Atlantic Gateway, David Neeleman e Humberto Pedrosa, já arrancou, esperando que se concretize com “a rapidez possível para a TAP ter estabilidade e continuar a crescer”.
“Mantemo-nos firmes e determinados em recuperar a maioria do capital para o Estado”, declarou o ministro do Planeamento e Infraestruturas, que na nova orgânica do Governo tem a tutela da TAP.
Aos jornalistas, Pedro Marques realçou que “a TAP é uma empresa estratégica para Portugal, no desenvolvimento económico do país e na relação com os países da lusofonia e, portanto, esse propósito [de reverter o processo]”.
Mas o governante recusou-se a dar mais informações sobre “o processo negocial” para “não condicionar”, escusando-se a comentar as declarações do presidente executivo da TAP, Fernando Pinto, que disse que a eventual reversão da privatização será um processo difícil e lembra que já gastou metade do dinheiro que entrou com a venda.
“Não sei como se reverte a privatização. Entraram 180 milhões de euros e eu já gastei metade”, disse Fernando Pinto no 41.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) na semana passada, em Albufeira.
O acordo de conclusão da venda direta de 61% do capital da TAP foi assinado no dia 12 entre a Parpública, empresa gestora das participações públicas, e o agrupamento Gateway, na presença da então secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco, do então secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Miguel Pinto Luz.