Mundo Lusíada
Com Lusa
O ministro português da Economia, Pires de Lima, disse que o plano do Conselho de Administração da TAP para ultrapassar as dificuldades financeiras “muito provavelmente” não contempla despedimentos. “Se eu disse que não é o [ponto] principal é porque muito provavelmente não deve estar contemplado”, afirmou o governante, na Universidade Europeia de Madrid, comentando o plano entregue na segunda-feira pela administração da TAP ao Governo.
Em declarações aos jornalistas, Pires de Lima disse desconhecer o documento, ressalvando que “o centro das políticas de sustentabilidade que este Conselho de Administração está a propor, até ao momento em que a empresa seja privatizada de fato, não tem como ponto principal os despedimentos”.
O governante remeteu o pedido de mais esclarecimentos para o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, “que é quem está em mais permanente contacto com a administração da TAP”.
Na segunda-feira, o Conselho de Administração da TAP entregou ao Governo a sua proposta para ultrapassar as dificuldades de tesouraria, que tinha sido solicitada pelo executivo, na sequência da greve dos pilotos, entre 01 e 10 de maio.
O governante justificou “que este esforço teve de ser pedido”, porque a TAP já estava numa situação financeira bastante tensa e encontra-se agora “numa linha muito fina do ponto de vista de tesouraria (…) com este custo adicional de 35 milhões de euros”, causado pela greve de dez dias de alguns pilotos.
Segundo o Público, a TAP deverá cancelar algumas das rotas criadas em 2014 e suspender algumas ligações durante a época alta, como os voos recém-criados para Tallinn e São Petersburgo, levando ao despedimento e menores despesas com trabalho extraordinário, além da renegociação de contratos com fornecedores, são medidas que constam no plano.
“Espero que durante o mês de junho estejamos em condições de apresentar uma proposta em conselho de ministros, mas para isso é fundamental que os dois candidatos que passaram à última fase deem corda aos sapatos e melhorem as suas propostas”, afirmou Pires de Lima sobre as propostas de privatização recebidas pelo governo.
Queixa
A Comissão de Trabalhadores da TAP admite apresentar uma queixa à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) por não ter sido ouvida no âmbito do plano de reajustamento da administração da transportadora.
“Basta estar previsto uma diminuição da operação ou uma não renovação de contratos para termos que ser informados e poder até propor alterações”, disse à Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores da TAP, Vítor Baeta.
O representante dos trabalhadores adiantou que antes da administração ter entregado a proposta para ultrapassar as dificuldades financeiras, agravadas pela greve dos pilotos, tinha que ter “ouvido os trabalhadores”, acusando a transportadora de “falta de transparência”.