Da Redação
Com Lusa
Abel Ferreira conquistou no sábado o seu primeiro título sênior como treinador de futebol, numa carreira iniciada há quase uma década, e logo a Taça Libertadores, a ‘Champions’ sul-americana, ao comando do Palmeiras.
No mítico Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, o ex-jogador de Penafiel, Vitória de Guimarães, Sporting e Sporting de Braga sucedeu no palmarés da prova ao compatriota Jorge Jesus, vencedor em 2019 pelo Flamengo, com um triunfo de 1-0 sobre o Santos, a terceira final 100% brasileira da história da competição.
O técnico luso deu, assim, sequência ao feito de Jorge Jesus, mas também ao do ex-técnico Luiz Felipe Scolari, que, em 1999, tinha arrebatado o único cetro do Palmeiras, três anos antes de levar a seleção ‘canarinha’ ao ‘penta’.
Abel Ferreira, que já tinha passado pelo Sporting B, as equipes secundária e principal do Sporting de Braga e o PAOK Salónica, abriu o seu palmarés como sénior, depois de ter conquistado o campeonato nacional de juniores em 2011/12, na sua época de estreia como treinador, na equipa de sub-19 do Sporting.
Depois de quatro títulos com jogador pelos ‘leões’ (2005/06 a 2010/11), duas edições da Taça de Portugal e outras tantas da Supertaça, comandou a equipe na fase final, em substituição de Ricardo Sá Pinto, que subiu à equipe principal, e acabou campeão.
Em 12 de maio de 2012, na 14.ª e última jornada, um triunfo caseiro por 3-1 face ao Vitória de Guimarães, selado com um ‘bis’ de Bruma e um tento de Edgar Ié, garantiu aos ‘leões’ o 16.º título nacional de juniores.
Na época seguinte (2012/13), voltou a comandar os jovens ‘leões’, mas, desta vez, ficou-se pelo terceiro lugar na fase final, conquistada pelo Benfica.
Depois de dois anos nos juniores, foi promovido à equipa B e terminou a edição 2013/14 da II Liga no sexto lugar, com 70 pontos, em 42 jogos, a apenas nove do campeão Moreirense.
No final da época, saiu dos ‘leões’, mas não demorou a voltar ao trabalho, o que aconteceu em fevereiro de 2015, mais precisamente no dia 16, em que foi anunciado com substituto de Fernando Pereira na equipa B do Sporting de Braga.
No clube em que tinha atuado como jogador, em 2004/05 e 2005/06, antes de rumar ao Sporting, começou com um ‘nulo’ na recepção ao Farense, em 18 de fevereiro, na 28.ª ronda, e acabou em 21.º lugar, no mesmo em que recebeu a equipa, conseguindo a manutenção, após seis vitórias, seis empates e sete derrotas.
Em 2015/16, Abel Ferreira levou o Sporting de Braga B até ao 15.º lugar da II Liga e, na época seguinte, fez ainda melhor e, após a 36.ª ronda, em 15 de abril de 2017, quando seguia no oitavo lugar, renovou mesmo contrato por mais duas temporadas.
Bem antes, em 18 de novembro de 2016, foi ‘convocado’ para um jogo da equipa principal, na transição de José Peseiro e Jorge Simão, e, ‘como quem não quer a coisa’, venceu por 1-0 o Sporting, em Alvalade, com um tento de Wilson Eduardo.
Mas, em 26 de abril de 2017, 11 dias após renovar com o Braga B, que já era quinto colocado, o jovem técnico, então com 38 anos, foi mesmo chamado a assumir, em definitivo, a equipa principal, então quinta classificada da I Liga, após 30 jornadas.
Abel Ferreira somou um triunfo e três derrotas, nas últimas quatro jornadas e o Sporting de Braga não se mexeu do quinto posto.
Em 2017/18, na sua primeira época completa na I Liga, os ‘arsenalistas’ foram quartos no campeonato, atrás dos três ‘grandes’, e, nas outras competições, caíram nos 16 avos de final da Liga Europa (Marselha) – após 12 jogos – e da Taça de Portugal (Rio Ave) e na fase de grupos da Taça da Liga.
Em 18 de maio de 2018, renovou contrato até ao final de 2020/21 e, em 2018/19, o Sporting de Braga repetiu o quarto lugar na I Liga, caiu logo na terceira pré-eliminatória da Liga Europa (Zorya) e chegou às nas meias-finais da Taça de Portugal (FC Porto) e da Taça da Liga (Sporting).
Os resultados não satisfizeram o presidente António Salvador, sedento de títulos, mas Abel Ferreira iria continuar, só que, em 01 de julho de 2019, o técnico recebeu uma proposta ‘choruda’ do PAOK e assinou por três anos com o clube grego.
Na primeira época, em 2019/20, o clube de Salónica ficou no segundo lugar do campeonato grego, nas meias-finais da taça helênica (batido também pelo campeão Olympiacos), na terceira pre-eliminatória da Liga dos Campeões (Ajax) e no ‘play-off’ da Liga Europa (Slovan Bratislava).
A aventura helênica teve o segundo capítulo na presente temporada e acabou por ser curto, pois, no final de outubro, Abel aceitou o convite de Palmeiras, sendo que, antes de partir, ainda afastou o Benfica da Liga dos Campeões (2-0 em Salónica).
O PAOK acabou, porém, por não ir muito longe na competição, pois caiu no ‘play-off’ (Krasnodar), transitando para a Liga Europa, na qual Abel somou dois empates antes de partir. Os gregos acabaram por não conseguir chegar aos 16 avos de final.
No Palmeiras, Abel Ferreira tem o Brasileirão, praticamente, perdido – segue no quinto lugar, a 10 pontos do líder Internacional, com seis jornadas por disputar -, mas já ganhou a Taça Libertadores e disputará o Mundial de clubes em fevereiro.
Ao seu alcance, está ainda a Taça do Brasil, pois vai disputar a final com o Grêmio.