Da Redação
Com Lusa
A campanha da azeitona em Trás-os-Montes e Alto Douro está a contrariar as expectativas de catástrofe devido à seca, com quebras inferiores às esperadas e quantidades de azeite semelhantes ao ano anterior.
O ponto da situação foi feito por Emanuel Batista, técnico da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD), que há dois meses antevia uma má campanha com quebras na produção do azeite na ordem dos 70%.
Depois de iniciada a campanha e feito um levantamento no terreno, o técnico adiantou que se está a constatar que o rendimento (quantidade de azeite extraída do fruto) até está ligeiramente acima do normal para a época e acrescentou que a quebra na produção rondará os “15%”, enquanto na azeitona ficará nos “30%”.
“O que estávamos a pensar há dois meses melhorou porque a azeitona, quando se começou a ressentir da seca, já estava em crescimento”, explicou.
A azeitona que está a ser apanhada na região, que é a segunda maior produtora portuguesa de azeite, “tem menos água”, mas “mais gordura” e nos lagares o rendimento obtido está “dois por cento acima do normal para a época”.
Isto significa, como explicou o técnico, que por cada 100 quilos de azeitonas estão a ser obtidos 17 quilos de azeite, quando a média normal do início da campanha ronda “os 15 quilos de azeite”.
“Isto é bom”, enfatizou Emanuel Batista, porque, acrescentou, o rendimento acaba por compensar a menor quantidade de azeitona.
A campanha prolonga-se até 20 de dezembro e a associação antevê que a azeitona “pouco mais pode evoluir”, mesmo com chuva, até porque as geadas, que já se tornaram rotina na região, impedem que o fruto se desenvolva mais.
A região de Trás-os-Montes e Alto Douro produz uma média de “80 milhões de quilos de azeitona” por ano e “17 mil toneladas de azeite”.
Na atual campanha, a AOTAD estima quebras de 30% na azeitona e de 15% no azeite, vincando que no que toca ao azeite “dado o rendimento que está a ser obtido, vai ser semelhante à campanha anterior”.
Quanto à qualidade do azeite, o técnico afiançou que “é ótima”, com todas as características que distinguem o produto desta região: “muito frutado, os aromas, picante”, entre outras.