Sucesso do turismo de Lisboa se deve aos baixos preços dos voos em ano que pode ser histórico

“2014 poderá ser de novo um ano histórico para o turismo português”, defendeu o presidente do Turismo de Portugal.

 

Ponte 25 de Abril, Lisboa. Foto: Mundo Lusíada
Ponte 25 de Abril, Lisboa. Foto: Mundo Lusíada

Mundo Lusíada
Com agencias

A Associação de Turismo de Lisboa (ATL) considera que o sucesso do turismo da capital portuguesa se deve à diversidade de oferta e aos baixos preços das novas rotas aéreas.
De acordo com o Observatório do Turismo de Lisboa da ATL, a capital atravessa “um bom ano turístico”, depois de maio passado ter registrado uma taxa de ocupação hoteleira que atingiu os 86,84%, um aumento de 5,9% face a 2013, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística. Segundo André Sousa, coordenador do Observatório, Lisboa ganha novos adeptos em zonas como o Terreiro do Paço e o Intendente, que começam a “tornar-se interessantes”. Diz ainda que a vida noturna lisboeta tem “registrado um impulso muito forte, sobretudo na zona do Cais do Sodré”.
“Cosmopolitismo”, “atratividade”, “beleza”, “qualidade urbana” e “capacidade de gerar sensações” pelo seu clima, paisagens e relação com o mar e rio são os pontos fortes destacados pela ATL, numa cidade com um “patrimônio e arquitetura” de “autenticidade” cultural.
Considerado em 2013 pelo britânico The Guardian um dos hostels mais luxuosos da Europa, o The Independente Hostel, contatado pela agência Lusa, garante que tem tido uma boa afluência e que, apesar de “existir alguma sazonalidade”, consegue também “manter excelentes taxas de ocupação nas ditas épocas baixas”.
Devido à grande oferta turística da capital, a associação considera que Lisboa “tem a sorte de atrair todos os tipos de turistas”, já que consegue ir ao encontro de “um turista que é cada vez mais heterogêneo”.
Segundo as empresas que organizam visitas turísticas, a afluência de visitantes estrangeiros parece ser “superior à dos anos anteriores”, o que se deve “à coincidência com as férias de verão da maioria dos países do Hemisfério Norte”, refere a empresa Lisboa Autêntica.
Nas últimas décadas, “a falta de rotas condenava-nos a uma existência periférica e sazonal cujo principal destino era o Algarve”, porém, Lisboa é hoje vista como “uma das cidades mais antigas do mundo”, com “uma história ímpar”, “uma gastronomia fantástica e uma proximidade de várias praias”.

2014: Ano histórico
O acréscimo de dormidas em hotéis em maio antecipa que “2014 poderá ser de novo um ano histórico para o turismo português”, defendeu o presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim de Figueiredo.
“Estamos cheios de confiança de que poderá ser de novo um ano histórico para o turismo português”, disse o responsável destacando o fato da região do Alentejo ter conseguido em maio o maior acréscimo de dormidas em hotelaria, segundo os dados divulgados pelo INE.
Em declarações à Lusa, João Cotrim de Figueiredo considerou que o crescimento do Alentejo revela “o potencial turístico dessa região e o bom trabalho que autoridades públicas e privadas têm vindo a fazer”.
O Alentejo, Lisboa e Algarve conseguiram em maio os maiores acréscimos nas dormidas em hotelaria, com as duas últimas regiões a beneficiarem de um aumento da capacidade de alojamento em termos homólogos, segundo o INE.

Crescimento de turistas no ano
O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) disse à agência Lusa ter “expectativas positivas” em relação ao crescimento do turismo português durante 2014.
Isto porque “os operadores turísticos portugueses, na altura da Páscoa”, registraram um crescimento de dois dígitos e “fica a ideia, com tudo o que se sabe até à data, que vai haver crescimento, finalmente”, adiantou o presidente da APAVT, falando a Lusa durante o voo inaugural da TAP entre Lisboa e Bogotá.
Pedro Costa Ferreira integrou a comitiva liderada pelo secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, que incluiu o presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim de Figueiredo.
“Este ano, a Páscoa deu sérias indicações de que podemos estar a iniciar um crescimento e os períodos de reservas antecipadas para o verão indiciam exatamente isso: os portugueses estão com vontade de viajar mais, provavelmente os níveis de confiança estão a permitir que haja mais consumo”.
Segundo ele, se todas as pequenas dúvidas sobre a economia do país forem vencidas, “este ano teremos os portugueses a passarem mais férias do que no passado”.
Sobre os destinos dos portugueses para férias de verão, Pedro Costa Ferreira destacou que este ano não haverá “diferenças relativamente ao anterior”, mas sim em termos de crescimento, explicando que “o turismo interno é aquele que lidera, depois as zonas de proximidade, a Espanha, as ilhas espanholas”.
Em destaque está também Cabo Verde, cuja preferência que tem vindo a crescer e que irá “manter-se como um destino muito importante”. “Se formos progredindo para o longo curso, temos as Caraíbas, o Brasil e, eventualmente, teremos aqui algumas novidades, estamos a bordo do primeiro voo para Bogotá, com certeza que são outros destinos que se abrem à perspectiva dos portugueses e que podem ter aqui alguma visibilidade”, admitiu.

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