Startups de Brasil e Portugal com incentivo para se conectarem à indústria 4.0

Mundo Lusíada

Portugal vem ganhando destaque pelo crescimento do seu ecossistema de inovação, e o Brasil também quer crescer no setor da indústria 4.0. Por isso, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) lança um edital de programa binacional durante a Web Summit 2018 em Lisboa, com incentivos para aproximar startups e indústrias dos dois países.

O Startup Indústria 4.0, iniciativa da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), será apresentado durante o evento, um dos maiores eventos de tecnologia digital do mundo, que ocorre na capital portuguesa de 5 a 8 de novembro.

A apresentação do programa acontece nesta quinta-feira, e serão destinados pelo programa da ABDI até R$ 4,8 milhões em investimentos para startups selecionadas que desenvolverem soluções com foco em tecnologias de indústria 4.0.

“O programa da ABDI busca gerar inovações disruptivas para o setor produtivo brasileiro e também possibilitar a aproximação dos nossos empreendedores com o mercado europeu”, disse o presidente da ABDI, Guto Ferreira.

O Programa Startup Indústria vai selecionar 30 indústrias de grande porte, sendo três delas portuguesas, e 150 startups (10% de Portugal). Ao final, a expectativa é ter 60 startups (seis portuguesas) conectadas às indústrias participantes. Cada startup conectada receberá R$ 80 mil em incentivos, totalizando R$ 4,8 milhões.

Em 2017, a ABDI já realizou uma primeira edição do Startup Indústria, com dez pilotos entre startups e indústrias sediadas no Brasil. Segundo a agencia, a aproximação com o ecossistema de Portugal busca aproximar do mercado europeu os empreendimentos brasileiros.

CEiiA

O Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA) já vai juntar-se à ABDI para aproximar as ‘startups’ e indústrias dos dois países, que vão poder contar com apoios destes um milhão de euros.

O memorando de entendimento entre o CeiiA e a ABDI integra-se num conjunto de parcerias internacionais que o CeiiA tem vindo a desenvolver através da aceleradora 4Scale “com vista ao lançamento de programas que promovam a rápida internacionalização e escalabilidade das ‘startups’”, adianta o centro, num comunicado.

O acordo vai ser assinado na quinta-feira, no edifício LACS, em Lisboa num evento promovido pela ABDI, em parceria com a Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil, Atlantic Hub e No Gap Ventures, que se encontram em Portugal.

Além disso, a ABDI está presente na Web Summit para divulgar a iniciativa, para o lançamento do programa e visitas técnicas a centros de inovação, aceleradoras e cases de sucesso portugueses. A ABDI lidera uma comitiva de cerca de 150 empresas brasileiras na capital portuguesa.

Nesta terceira edição do evento em Portugal são esperados cerca de 70 mil participantes de mais de 170 países.

Visitas

O grupo de investidores e empresários já esteve em visitas técnicas à Nova School of Business & Economics, SRS Advogados, e às startups Uniplaces e Farfetch, a primeira unicórnio portuguesa, a empresa conta com escritórios em mais de cinco países e entrega artigos de luxo em todo o mundo.

O coordenador de Inovação da ABDI, Rodrigo Rodrigues, destacou três pontos importantes da atividade. “A gente posiciona a marca da ABDI como essa integração entre Brasil e Portugal; vivencia o fechamento de negócios em ecossistemas diferentes do nosso; e, principalmente, começa a captação e divulgação do novo edital do Programa Nacional Conexão Startup Indústria, que será com players dos dois países”, explicou.

O grupo iniciou as atividades no auditório da SRS Advogados, que contou com pitches sobre os benefícios dos investidores interessados em aportar em terras lusitanas. O programa Portugal 2020, por exemplo, concede benefícios fiscais apoiado em três eixos de atuação: inovação, internacionalização e qualificação. “Portugal está se tornando cada vez mais um pólo riquíssimo de inovação e é a porta de entrada para a Europa”, destacou Carla Maia, CEO do grupo GOE, que presta consultoria na área.

Eduardo Migliorelli, CEO da Atlantic Hub, organização que promoveu as visitas, destacou o diferencial da ação. “Ir às startups, várias missões podem ir. Nosso objetivo é trabalhar para que negócios sejam fechados e os grupos interajam e conheçam as convergências de negócios possíveis”, destacou ele, que comemora a evolução das visitas no decorrer dos anos. “Em 2017, éramos apenas 30 pessoas. Este ano, o grupo conta com 180 participantes e a nossa expectativa é dobrar esse número para o ano que vem”, concluiu.

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