Da Redação
São Paulo, uma das principais cidades do mundo no setor de alimentação e gastronomia, conta com cerca de 6% da população trabalhando com serviços de alimentação, mais de 23 mil restaurantes com culinária de diversos países do mundo, comida de rua, forte sistema de abastecimento, 13 cursos de universidades voltados à gastronomia, além de 30% da área voltada à agricultura familiar.
A gastronomia paulistana é reconhecida mundialmente não só pelos seus números, mas pela sua qualidade. Em 2018, recebeu o título de Capital da Gastronomia pelo Sirha (Salon Internacional de la Restauration, de l’hôtellerie et de l’ Alimentation) – e também conquistou o título de Capital Ibero-Americana da Cultura Gastronômica 2018, concedida pela Academia Ibero-Americana de Gastronomia.
Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, mesmo sendo um setor forte e estruturado, ainda existem diversas demandas e desafios para fomentar a atividade gerando novos empreendimentos, emprego e renda para a população.
Com esse objetivo, a pasta em conjunto com o setor privado e a sociedade civil estruturaram o Observatório da Gastronomia, lançado dia 16 de outubro, na Praça das Artes, no centro da capital.
O Observatório da Gastronomia é um colegiado de articulação direcionado ao fortalecimento da cadeia da alimentação e da gastronomia. Trabalhando em conjunto com todos aqueles que atuam nesse setor, o Observatório visa potencializar os aspectos ligados à economia, cultura, segurança alimentar e sustentabilidade.
“São Paulo conta com pessoas de todas as partes do Brasil e do mundo, que trouxeram sua cultura e culinária enriquecendo a gastronomia paulistana. Precisamos explorar ainda mais esse potencial econômico e cultural da cidade, por isso o Observatório é essencial para entendermos as oportunidades e necessidades do setor nas áreas de produção, distribuição, infraestrutura, educação, inovação e empreendedorismo”, afirma a secretária de Desenvolvimento Econômico, Aline Cardoso.
A titular da pasta, ainda destacou o Dia Mundial da Alimentação, comemorado no dia 16 de outubro, como um marco da mudança estratégica da gestão municipal neste assunto. “Desde o ano passado, nossas equipes tem buscado uma visão mais estratégica e estruturada da segurança alimentar para a cidade. Temos dado ênfase ao tema, também, pelo potencial econômico, sendo essa data a celebração de uma nova visão de política pública, que inclui o Observatório da Gastronomia e todos os atores sociais que o viabilizaram”, salienta Aline Cardoso.
Por meio do Observatório da Gastronomia, a Secretaria irá implantar programas voltados à promoção da segurança alimentar, do desenvolvimento econômico, geração de renda, apoiar atividades empreendedoras e capacitação de talentos, além de assegurar a implementação da política de segurança alimentar e nutricional da Prefeitura.
Uma das metas do Observatório é a inclusão de São Paulo na Rede Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura da Unesco.
O órgão também utilizará equipamentos públicos para desenvolver cursos e criar espaços para troca e compartilhamento de informações sobre alimentação, tendências e negócios.
O Observatório da Gastronomia atua por meio de quatro comitês temáticos, formado por especialistas de cada um dos setores. O comitê Comida de Rua trabalha na análise constante da legislação, de modo a atender as demandas desses profissionais de forma apropriada, garantindo a satisfação da população.
Outro comitê tem como objetivo o Combate ao Desperdício, onde são propostas ações voltadas a evitar o desperdício de alimentos, ampliar o reaproveitamento e combater a insegurança alimentar.
Já a área de Imagem e Patrimônio Gastronômico de São Paulo atua para preservar, fomentar e valorizar a cultura gastronômica paulistana. E o comitê de Qualificação e Inclusão Profissional contribui para o fortalecimento da qualificação profissional nos equipamentos públicos de gastronomia da cidade de São Paulo.
Combate ao Desperdício de Alimentos
A cidade de São Paulo conta, desde 15 de outubro, com o Programa Municipal de Combate ao Desperdício e à Perda de Alimentos. Lançada no Mercado Kinjo Yamato, pela secretária de Desenvolvimento Econômico, Aline Cardoso, a campanha tem como objetivo arrecadar alimentos em boas condições para o consumo, mas que seriam descartados por não terem valor comercial. As doações serão destinadas ao Banco de Alimentos da Prefeitura de São Paulo, que repassará para pessoas em situação de insegurança alimentar.
“Além de realizar a campanha nos equipamentos públicos, o objetivo da Prefeitura de São Paulo é conscientizar as pessoas para não desperdiçar os alimentos e também reaproveita-los, promovendo a melhoria da nutrição da população e diminuindo a produção de resíduos orgânicos”, explica a secretária.
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico realizou durante um ano no Mercado Kinjo Yamato, na zona central da cidade, o projeto-piloto de Combate ao Desperdício, que foi expandido em 2018 para o Mercado Central Pari e o Mercado de Pinheiros. Nesse período foram arrecadadas mais de 53 toneladas de alimentos que iriam para o lixo.
A Prefeitura de São Paulo tem como objetivo expandir a campanha para os outros 12 mercados municipais, 18 sacolões e 880 feiras livre, além de equipamentos públicos que manipulem alimentos.
Para incentivar os permissionários a aderir à campanha, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico criou o selo do Combate ao Desperdício, que será distribuído aos vendedores que participarem da ação. Assim, eles poderão assegurar ao cliente que é um estabelecimento socialmente responsável.
A ação é desenvolvida pela Coordenadoria de Segurança Alimentar e Nutricional (Cosan), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, e integra o Plano Municipal de Segurança Alimentar (Plamsan). Um dos objetivos da Cosan é promover campanhas de sensibilização da sociedade para a propagação de posturas de promoção a Segurança Alimentar e Nutricional.