Mundo Lusíada
Com Lusa
O Governo português elogiou a decisão do arquiteto Álvaro Siza Vieira “em articular a presença da sua obra entre o Centro Canadiano de Arquitetura, a Fundação Serralves e a Fundação Calouste Gulbenkian”.
Uma nota enviada à Lusa pelo gabinete do secretário de Estado da Cultura, Barreto Xavier considera que “esta é uma solução que serve os interesses nacionais e garante, ao mesmo tempo, a promoção internacional da obra do mais importante arquiteto português da sua geração”.
O arquiteto Siza Vieira anunciou a decisão relativa ao seu acervo, tendo optado por doar uma parte a duas instituições portuguesas, Fundação Gulbenkian e Fundação de Serralves, e outra ao Centro Canadiano de Arquitetura.
“É meu desejo que o trabalho de tantos anos seja de algum modo útil, como contribuição para o estudo e debate sobre a arquitetura, particularmente em Portugal, numa perspetiva oposta ao isolamento, (como já hoje sucede e é imprescindível) “, traz o comunicado.
De acordo com o arquiteto, a opção passou por doar parte “a duas instituições portuguesas, já com experiência, qualidade e capacidade para desenvolver ou alargar os respectivos arquivos (Fundação Gulbenkian e Fundação de Serralves), numa perspectiva de abertura à consulta, divulgação e participação num debate que já não é simplesmente nacional, nem centrado no individual”.
Siza Vieira decidiu doar outra parte ao Centro Canadiano de Arquitetura (CCA) em Montreal, “instituição de experiência e prestígio ímpares e com intensa e contínua atividade”, que é “reconhecido pela sua experiência na preservação e apresentação de arquivos internacionais”.
Depois da imprensa portuguesa ter questionado o seu acervo no Canadá, o artista explica em comunicado que o CCA vai tratar de “uma grande parte” do arquivo, onde “estará acessível, em conjunto com o trabalho de outros arquitetos modernos e contemporâneos”.
“Conforme conversações já efetuadas, o CCA estará disponível para colaborar com a Fundação Gulbenkian e a Fundação de Serralves na catalogação consistente do material e na partilha da pesquisa e programação relacionadas”, acrescentou.
De acordo com Siza Vieira, o vereador da Cultura da Câmara do Porto, Paulo Cunha e Silva, manifestou a intenção de instalar uma galeria de exposição sobre a arquitetura da cidade, constituída em particular por maquetas.
“Comuniquei-lhe o meu apoio a esse propósito, considerando a relevância do projeto para pública informação e debate sobre a arquitetura”, enfatizou.
O arquiteto premiado explica que nos últimos anos sentiu a necessidade de organizar o arquivo do seu trabalho, procurando “uma solução que considerasse fundamentada”, tendo verificado “existir um interesse evidente, por parte de pessoas e instituições”.
“Desenhos e maquetes do meu arquivo encontram-se já, alguns desde há anos, em Paris (Beaubourg), em Nova Iorque (MOMA) e em Londres (Niall Hobhouse Collection), nos respectivos arquivos de arquitetura”, recorda.