Da Redação
Com Lusa
O sindicato dos funcionários da Administração Pública portuguesa no estrangeiro vem apelando aos grupos parlamentares para que o próximo Orçamento de Estado inclua uma norma que desobrigue a atualização salarial destes trabalhadores do limite imposto em Portugal.
Em declarações à agência Lusa, a secretária-geral dos Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas (STCMD), Rosa Ribeiro, explicou que esta ronda junto dos grupos parlamentares, a que se somará um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros, no dia 27 de outubro, visa travar o que classifica de “uma injustiça”.
Em causa está a obrigatoriedade de a atualização salarial dos funcionários da Administração Pública ter de levar em conta a inflação em Portugal.
Acontece, como referiu, que em muitos dos países onde estes funcionários trabalham “a inflação é galopante” e que este limite se tem traduzido em “perdas nos salários e consequente empobrecimento”.
O que o STCMD defende é que esta atualização continue a ser feita mediante a inflação, mas a inflação registada nos países onde os funcionários portugueses trabalham.
E deu o exemplo do recente aumento de 0,3% para os trabalhadores da Função Pública, muito inferior à percentagem da inflação registada nos países onde trabalham estes 1.450 funcionários portugueses.
“Há países [onde estes funcionários portugueses trabalham] que têm uma inflação de 20%”, disse.
Para Rosa Ribeiro, se existir vontade política a situação pode resolver-se através da aprovação, em sede de Orçamento do Estado, de uma norma que deixe de obrigar a atualização salarial destes trabalhadores a reger-se pela inflação em Portugal.
Até agora, o sindicato já foi recebido pelo Bloco de Esquerda, Chega, PS, Iniciativa Liberal, Os Verdes, CDS, estando prevista para hoje uma reunião com o PCP e depois com o PSD.
Estes funcionários representam a Administração Pública portuguesa no estrangeiro, trabalhando essencialmente em embaixadas, consulados e missões diplomáticas.
No Brasil, muitos funcionários de Consulados de Portugal tem cobrado uma mudança das autoridades.
Em uma live com o Mundo Lusíada, o deputado Paulo Porto, do PS, também respondeu a perguntas de internautas abordando o assunto.