Da Redação
Com Lusa
O Sindicato da Construção esteve na terça-feira reunido com o embaixador do Brasil, e também já pediu uma reunião com a embaixadora da Índia, para ajudar cidadãos destes países a trabalhar no setor em condições favoráveis.
Em declarações à Lusa, Albano Ribeiro, presidente da estrutura sindical, recordou que “Portugal tem falta de mão-de-obra” nesta área, referindo que é preciso mais “70 mil trabalhadores” neste momento.
“Estão a entrar milhares de trabalhadores em Portugal” sobretudo brasileiros e indianos, disse Albano Ribeiro, apontando que, muitas vezes, chegam ao mercado nacional através de redes de angariadores “sobretudo brasileiras e portuguesas”, sem condições mínimas, com longas horas de trabalho e salários baixos.
O sindicato elaborou um ‘flyer’ (panfleto) com informação dedicada a estes emigrantes para evitar que acabem nessas redes.
Albano Ribeiro assegura que a instituição que lidera pode ajudar os interessados em trabalhar no setor a conseguir emprego em “empresas idôneas” e com os mesmos direitos dos funcionários portugueses.
O presidente do sindicato recordou que já levou a cabo ações semelhantes na altura do Euro 2004, quando entraram em Portugal muitos trabalhadores provenientes do Leste europeu.
Nessa altura, a estrutura sindical envolveu o Governo no plano e pretende voltar a fazê-lo com esta nova vaga de emigração.
“O embaixador [do Brasil] acolheu-nos bem”, adiantou Albano Ribeiro, referindo que o líder da diplomacia do Brasil em Portugal garantiu que ia trabalhar no sentido de melhorar a integração dos brasileiros no mercado laboral português.
A entidade espera agora uma data para a reunião com a embaixadora da Índia.
Em março de 2018, o sindicato revelou que iria lançar uma campanha de sensibilização para alertar trabalhadores do setor para a existência de “redes angariadoras de mão-de-obra” que os poderão enganar.
Albano Ribeiro referiu, nessa altura, que a campanha decorreria pelo menos durante três meses, através da colocação de telas que chamem a atenção para “angariadores de mão de obra para trabalhar no estrangeiro que recebem entre 100 e 500 euros por cada trabalhador e que depois os abandonam”.
Sob o lema “Emigrar, só com os olhos abertos”, esta campanha alertava para a necessidade de os trabalhadores do setor consultarem o sindicato ou a Secretaria de Estado das Comunidades antes de partirem para outro país para trabalhar, para que as condições e o contrato sejam analisados, acrescentou Albano Ribeiro.