Da Redação
Com Lusa
O diretor-geral da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal defendeu hoje que as empresas que tiveram dificuldades nos últimos quatro anos não deverão baixar os preços para os consumidores, apesar da descida do IVA para 13%.
A proposta de orçamento de Estado para 2016 prevê a descida do IVA na restauração, de 23% para 13%, nos bens alimentares e em bebidas como a água sem gás ou café.
José Manuel Esteves, que já tinha admitido essa possibilidade na quinta-feira, em Espinho, num debate do Fórum Internacional de Turismo, e que é citado nesta sexta-feira no Jornal de Notícias, disse que as descidas dos preços só deverão acontecer nas empresas que foram criadas mais recentemente.
“Os preços não vão baixar naquelas empresas que resistiram à crise, as centenárias, com muitos anos de funcionamento, com muitos postos de trabalho, que resistiram, mas que tiveram de dispensar trabalhadores e que neste processo de aplicação de preços não conseguiram em quatro anos fazer repercutir o aumento nos clientes, porque o mercado estava em crise e o poder de compra em baixo”, sustentou.
De acordo com o responsável, estas empresas tiveram de manter os preços, tendo atingido o limite de descapitalização.
José Manuel Esteves sublinhou que a prioridade destas empresas será recuperar e criar postos de trabalho. “Estas empresas vão precisar de um tempo para recuperar, em primeiro lugar, e só depois vão adquirir novos postos de trabalho para recuperar as qualidades do serviço”, salientou.
O diretor-geral da AHRESP indicou que 69% das empresas do setor estão em grave risco de falência, citando dados do Banco de Portugal.
“Depois houve empreendedorismo e abriram novas empresas, mas com um modelo de funcionamento com capacidade de resistir com os seus preços, a sua organização e funcionamento, com equilíbrios financeiros e económicos. Estas têm condições de repor no cliente alguma baixa de preços”, argumentou.
Por isso, José Manuel Esteves considerou que, depois de um período inicial de reposição, a expectativa é de que em 2017 comece a estabilizar.